Resumo
Disfunções temporomandibulares são uma gama complexa de condições que podem causar dor e sofrimento significativos para os indivíduos afetados. Sua etiologia ainda é pouco compreendida, sendo considerada multifatorial e biopsicossocial. Fatores estruturais, metabólicos ou condições psicológicas podem causar um risco aumentado de desenvolvimento de DTMs (YULE et al., 2016).
As DTMs continuam sendo uma causa comum de visitas a médicos. Significativos avanços no diagnóstico clínico, imagem radiográfica e classificação desses distúrbios melhoraram o manejo a longo prazo. Existem vários tipos de distúrbios dos músculos mastigatórios e da ATM, bem como associados às suas estruturas. A suscetibilidade do hospedeiro desempenha um papel em vários estágios desses distúrbios, incluindo modulação da dor e resposta à terapia (DE ROSSI et al., 2014).
As DTMs são divididas em dois grupos: as desordens articulares e musculares. De acordo com Schiffman et al. (2014), as desordens musculares são classificadas em:
- Mialgia: dor no músculo afetado pela função ou parafunção, replicada com teste de provocação.
- Mialgia local: dor somente à palpação.
- Dor miofascial: dor com espalhamento pelo músculo.
- Dor miofascial com referência de dor: dor referida em local distante do músculo palpado.
A dor miofascial é uma condição dolorosa muscular regional originada de pontos hiperálgicos localizados em bandas tensas musculares (PORPORATTI, 2013; BRON et al., 2011; FERNÁNDEZ-DE-LAS-PENAS; YUE, 2011; GEMMELL; HILLAND, 2011; KANNAN, 2012), afetando músculos e tecidos conjuntivos. Esses distúrbios musculoesqueléticos envolvem os sistemas sensorial, motor e autonômico.
A dor musculoesquelética é um sintoma altamente prevalente na população em geral (PORPORATTI, 2013; SIQUEIRA; TEIXEIRA, 2012), causando restrição nas atividades diárias e, na maioria das vezes, apresentando forte impacto na qualidade de vida dos indivíduos afetados (BENOLIEL et al., 2011). Aumentar nosso conhecimento sobre os mecanismos que medeiam e modulam a dor musculoesquelética podem contribuir para a melhoria das estratégias de tratamento da dor (BUCCI, 2018).
O tratamento é baseado tanto em métodos não farmacológicos quanto farmacológicos. (GEMMELL; HILLAND, 2011). Entre os medicamentos utilizados estão anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), relaxantes farmacológicos incluem diversas modalidades de métodos físicos, como massoterapia, calor superficial (bolsas térmicas) ou profundo (ultrassom), crioterapia, hidroterapia, eletroterapia, laserterapia, acupuntura e agulhamento a seco (GEMMELL; HILLAND, 2011; SRBELY, 2010; KANNAN, 2012; MILLER et al., 2012; EBADI et al., 2013; CAUMO et al., 2017).
É consenso entre diversos autores que as terapias conservadoras são os tratamentos de escolha no manejo das DTMs (YULE et al., 2016; BUTTS et al., 2017; WIECKIEVICZ et al., 2015).
Este estudo trata-se de um relato de caso de um paciente com dor miofascial causando grande limitação da abertura bucal.