Resumo
A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação complexa, altamente especializada e sem similar no esqueleto humano. É exclusiva, tanto do ponto de vista morfológico quanto funcional, por apresentar uma série de características particulares importantes (RIBEIRO, 2012).
As superfícies funcionais da cabeça da mandíbula são submetidas a cargas, durante os movimentos mandibulares, que fornecem estímulos contínuos para a constante renovação da matriz fibrocartilaginosa. Desse modo, a remodelação é uma resposta biológica essencial, evitando danos permanentes aos tecidos e permitindo a função (MOLINARI et al., 2007; SMARTT et al., 2005).
A doença sistêmica pode influenciar no metabolismo da fibrocartilagem e pode afetar a capacidade adaptativa da ATM (SMARTT et al., 2005). Além disso, mudanças na estrutura da ATM podem ser originadas por fatores mecânicos. Apesar da capacidade adaptativa do indivíduo, a carga mecânica excessiva na ATM pode resultar no aparecimento e progressão da osteoartrose (OA), que apresenta uma origem não inflamatória (ZARB; CARLSSON, 1999; GUILAK et al., 2004; TANAKA; DETAMORE; MERCURI, 2008; KUANG et al., 2013).
O tratamento da OA da ATM pode ser dividido em modalidades não invasivas, minimamente invasivas e invasivas. A decisão pelo manejo cirúrgico da OA deve ser baseada na avaliação da resposta ao manejo não invasivo, da forma e função mandibular do indivíduo e do efeito da condição na qualidade de vida deste (MERCURI, 2006).