Resumo
A expansão rápida da maxila é considerada um procedimento ortodôntico eficaz e amplamente utilizado na correção da deficiência transversa maxilar em crianças e adolescentes jovens, porém seu prognóstico não é favorável na correção dessa condição oclusal em pacientes adultos ou no final da adolescência. Nesses pacientes, a correção da deficiência transversa pode ser realizada com sucesso por meio da intervenção cirúrgica, seja pela expansão assistida ou da osteotomia multissegmentada da maxila (SANT’ANA et al, 2009).
A deficiência transversa da maxila é um fator agravante e complicador do tratamento ortodôntico em adultos. A Expansão Rápida da Maxila Assistida Cirurgicamente (ERMAC) pode ser uma opção, entretanto, a escolha por essa técnica deve basear-se, principalmente, na idade do paciente, no grau de maturação esquelética, na localização da deficiência transversa da maxila e nas estruturas anatômicas que oferecem maior resistência à expansão maxilar. O Hyrax é o aparelho mais indicado para indivíduos que vão se submeter à ERMAC (ROSSI; ARAUJO; BOLOGNESE, 2009).
O tratamento da maloclusão de Classe III de crianças antes do pico de crescimento puberal tem melhor prognóstico, com maiores efeitos ortopédicos e menores efeitos ortodônticos. A opção de tratamento ideal para essa condição é a expansão rápida da maxila associada à tração reversa da mesma. O tratamento da maloclusão de Classe III em jovens após o pico de crescimento puberal tem prognóstico duvidoso. Pode-se optar em tratamento de expansão rápida da maxila e tração reversa da mesma ou com aparelho fixo, porém, os efeitos ortopédicos podem ser iguais ou menores do que os efeitos ortodônticos, dependendo da idade do paciente. Dependendo do grau da maloclusão de Classe III em adultos, o tratamento consistirá em compensações dentárias ou cirurgia ortognática (DILIO et al., 2014).
A abordagem clínica não-cirúrgica da Classe III está entre os grandes desafios da Ortodontia e gera controvérsia entre clínicos e pesquisadores. Alguns defendem a tese de que o crescimento e o desenvolvimento do complexo craniofacial são determinados geneticamente e, portanto, inalteráveis. Para esses, a correção da grande maioria de casos de Classe III passará por intervenções orto-cirúrgicas, devendo a terapia ser realizada assim que cessar o período mais ativo do crescimento. Por outro lado, há aqueles que, mesmo concordando com o peso da hereditariedade na etiologia da Classe III, acreditam ser possível modificar o padrão e a direção do crescimento por meio de uma abordagem não-cirúrgica, minimizar a maloclusão ou até mesmo tratá-la com sucesso. Evidências clínicas e científicas comprovam que decisões terapêuticas podem mudar o curso de muitos prognósticos sombrios (ARAUJO; ARAUJO, 2008).
Tratamento de pacientes com desarmonias esqueléticas Classe III e discrepâncias transversas, podem ser tratados com a técnica de expansão maxilar assistida cirurgicamente, associada à mecânica de tração reversa. Resultados clínicos e radiográficos demonstraram eficiência nestes procedimentos, evitando nova cirurgia de maxila, diminuindo a morbidade do tratamento e o seu custo (CARLINI et al., 2007).
O tratamento da mordida aberta anterior em indivíduos adultos representa um grande desafio para o ortodontista. Quando sua origem é esquelética, há um aumento na dificuldade da sua correção e na estabilidade dos resultados após o tratamento. O tratamento ortodôntico assistido pela cirurgia ortognática pode ser a melhor opção para a correção dessa maloclusão, visando a eliminação da discrepância esquelética. Entretanto, por motivos variados, grande parte dos pacientes recusa essa alternativa de tratamento e prefere realizar o tratamento compensatório, ou seja, por meio da camuflagem ortodôntica sem a intervenção cirúrgica (VILARELLI; JANSON, 2014).