Resumo
De acordo com a classificação baseada na morfologia facial, os indivíduos Face Longa apresentam: comprometimento funcional e estético, por possuírem um excesso de crescimento vertical; exposição dos dentes anteriores superiores e da gengiva, quando os lábios se encontram em repouso, ausência de selamento labial passivo; contração do músculo mentoniano durante o fechamento labial; osso zigomático geralmente plano; nariz longo; e, mandíbula com aparência retrognata, por rotação no sentido horário (CARDOSO et al., 2005).
Quando o diagnóstico e tratamento precoce dessa má oclusão é realizada, obtêm-se resultados mais estáveis, especialmente em um contexto interdisciplinar que envolva as áreas da Psicologia, Fonoaudiologia e Otorrinolaringologia (SANTOS, 1991; MAIA et al., 2008). Para um diagnóstico correto, é necessária uma avaliação clínica detalhada e exames complementares, sem interferências ou interposições de estruturas anatômicas, frequentemente observadas em radiografias de perfil e panorâmicas. A tomografia computadorizada, associada a um protocolo de diagnóstico craniométrico, além de proporcionar imagens fidedignas, permite relacionar a articulação temporomandibular com a má oclusão a ser tratada.
Convencionalmente, o tratamento de eleição para pacientes portadores de excesso vertical associa a Ortodontia à cirurgia ortognática. Entretanto, os tratamentos ortodônticos, com o auxílio da ancoragem esquelética (miniplacas e miniparafusos), permitem a realização de movimentos que não eram possíveis com a Ortodontia convencional. Especificamente, as miniplacas proporcionam uma ancoragem absoluta; o movimento de vários dentes ao mesmo tempo; realizam a intrusão de molares superiores e inferiores; retrações anteriores e perda de ancoragem de dentes posteriores. De acordo com Iwasa et al. (2017), um método com estabilidade comprovada.
O presente relato de caso clínico teve como objetivo ilustrar um tratamento ortodôntico associado à ancoragem esquelética ampliada (miniplacas), realizado em uma paciente com má oclusão de Classe I esquelética, dolicofacial, com trespasse vertical reduzido e excesso de exposição gengival posterior bilateral ao sorrir – mais acentuadamente no lado esquerdo, em virtude do crescimento vertical maxilar aumentado na região, e consequente inclinação do plano oclusal (roll).