Resumo
O traumatismo dentário é considerado um problema de saúde pública devido a sua alta prevalência e o impacto que causa na vida do indivíduo acometido (CORRÊA, 2011).
Vários fatores podem estar associados ao trauma dental, como quedas, acidentes de trânsito e práticas de esportes. Porém, existem os fatores que predispõem como os distúrbios mentais, convulsões, má oclusões e pacientes que ainda não possuem coordenação motora completamente desenvolvida (CORRÊA, 2011).
Os indivíduos mais acometidos são crianças e adolescentes e as prevalências encontradas variam entre 1% e 16%, sendo os meninos mais envolvidos. Os incisivos centrais superiores são os dentes mais propensos a trauma (CASTRO; DREYER, 2012).
O atendimento de urgência em casos de traumatismos dentários considerados agudos garante melhor prognóstico do caso, evitando que ocorra necrose pulpar ou perda precoce do elemento dentário (COSTA et al., 2014).
As sequelas do trauma podem estar associadas à polpa (hiperemia pulpar, hemorragia pulpar, necrose pulpar, calcificação pulpar, reabsorção radicular interna da coroa e/ou da raiz, alteração de cor, pólipo pulpar) e ao periodonto (reabsorção radicular externa sem e com infecção, aumento do espaço pericementário, mobilidade dentária, deslocamento, anquilose, alveólise e retenção prolongada). Destas, necrose pulpar e as reabsorções são as que causam dificuldades de diagnóstico, sendo necessário que o dente apresente um quadro agudo ou perda de estrutura óssea e dental para identificá-las (WANDERLEY, 2014).
Reabsorções dentárias por substituição tem um prognóstico ruim, pois cedo ou tarde ocorrerá a perda dentária. As causas eliminam os restos epiteliais de Malassez do ligamento periodontal. A principal e quase exclusiva causa que elimina esse componente ligamentar é o traumatismo dentário, que varia desde a concussão, em sua forma mais leve, até a avulsão e reimplante, em sua forma mais grave (CONSOLARO, 2011).
As reabsorções dentárias podem ser internas ou externas e estão ou não associadas às outras alterações, tal como a necrose pulpar. Nas situações de reabsorções leves, o acompanhamento radiográfico é o mais apropriado. Já nos casos de reabsorções graves o tratamento sugerido é a exodontia (LOSSO et al., 2011).
A instalação de um mantenedor de espaço evita problemas de má oclusão, como a desarmonia anteroposterior mantem as dimensões normais da arcada, transtornos emocionais nas crianças e pais (PEREIRA; MIASATO, 2010).
O objetivo do trabalho é relatar um caso clínico de perda precoce de incisivo central decíduo por trauma, cuja conduta adotada foi a instalação de mantenedor de espaço removível.