Resumo
O desenvolvimento dos materiais restauradores estéticos, especificamente das cerâmicas dentais, tem tornado a odontologia restauradora muito atrativa para o paciente e para o profissional. Com isso, o paciente tem a sua disposição sistemas que podem dar resultados belos e previsíveis, e o cirurgião-dentista é desafiado a adquirir novos conceitos, novas ideias e entender que o fator estético tem participação fundamental na autoestima de seu paciente. Nesse sentido, quando o profissional entende que seus resultados dependem principalmente de conhecimento, dedicação e determinação, a odontologia restauradora e o ato de reabilitar sorrisos tornam-se pura arte e sensibilidade (CÉSAR JR., 2006). De acordo com Oden et al. e Bonnard et al. (2001 apud GOMES, 2003) as cerâmicas dentais possuem características desejáveis, como: biocompatibilidade, estabilidade de cor, baixa condutividade térmica, transluminescência, além da resistência à degradação na cavidade oral e, quando empregadas como material restaurador em região anterior da boca, apresentam uma qualidade estética comparável com as estruturas naturais dos dentes.
As cerâmicas dentais apresentam bom índice de sucesso, em longo prazo, e chegaram a alcançar 98,9% de sucesso em 11 anos (FRADEANI; REDEMAGNI, 2002). O sucesso clínico das restaurações cerâmicas depende, principalmente, da qualidade do preparo, com reduções e dimensões corretas. O espaço suficiente para confecção da cerâmica deve ser planejado, a fim de proporcionar espessura suficiente para obtenção de resistência e forma adequada. Por outro lado, uma abordagem conservadora no preparo sempre deve ser considerada, porém, muitas vezes, não há como manter o preparo restrito ao esmalte, em dimensões que variam de 0,5 a 0,7 mm (CONCEIÇÃO, 2005). Desse modo, preparos com extensão dentinária, dependendo da necessidade clínica, podem ser confeccionados (BUSO; FERREIRA, 2006).
As facetas de porcelana são indicadas para dentes anteriores quando se deseja a correção estética de defeitos de estrutura: amelogênese imperfeita, fluorose, hipoplasia, fraturas, restaurações múltiplas, erosão, abrasão, lesões cariosas extensas; a correção de alteração de cor quando o tratamento clareador não foi efetivo: casos de manchamento por medicamentos, tratamento endodôntico ou envelhecimento fisiológico; a modificação de forma e posição: dentes conoides, ectópicos, girovertidos, microdontia, fechamento de diastemas, alongamento da coroa, problemas de alinhamento dental, o restabelecimento de guias incisais para harmonizar os esforços mastigatórios (PAGANI et al., 2003).
O planejamento inicial nos tratamentos odontológicos tem fundamental importância na busca dos melhores resultados estéticos e funcionais de um sorriso. Portanto, é necessário que o profissional utilize técnicas que permitam a execução dos trabalhos com uma maior previsibilidade de resultados e com máxima preservação da estrutura dental.O enceramento diagnóstico é essencial para o planejamento e diagnóstico de um sorriso harmonioso e serve como excelente forma de mostrar aos pacientes as modificações que poderão ser realizadas, auxiliando nas simulações (mock-up) antes de se iniciar o tratamento, serve de guia para confecção de restaurações, preparos, provisório para coroas/facetas de cerâmica e na comunicação com os técnicos em prótese dental.Tendo em vista as propriedades, tais como a superioridade estética e resistência das facetas indiretas de cerâmica, estas apresentam uma alternativa às facetas diretas em resina composta, que se mostram insatisfatórias. Assim, o objetivo deste relato de caso clínico é apresentar a reabilitação do sorriso de uma paciente com facetas indiretas de cerâmica em substituição às facetas diretas de resina composta.