Resumo
Até 1970, a maloclusão de Classe III era sinônimo de prognatismo mandibular. Porém, desde então, estudos vêm demonstrando que, na maioria dos pacientes, a atresia maxilar é geralmente a primeira causa para o desenvolvimento dessa maloclusão. Fatores genéticos podem desempenhar papel importante na etiologia da Classe III esquelética (NGAN; WON MOON, 2015). Além disso, fatores ambientais como hábitos, amígdalas com volume aumentado, respiração bucal crônica, má postura lingual e mandibular, distúrbios endócrinos, postura, trauma e bloqueio nasal também podem atuar na origem da maloclusão de Classe III (EL-GHERIANI et al., 2003).
A causa da atresia maxilar é multifatorial, e tradicionalmente é tratada por meio da expansão rápida da maxila (ERM), que combina expansões ósseas e dentárias para corrigir a desarmonia esquelética. Com a força aplicada durante a ERM, a sutura palatina é rompida e dividida ao meio, ocasionando um aumento na atividade celular nesta área induzindo, assim, uma remodelação óssea (CARLSON et al., 2016).
Tradicionalmente, imediatamente após a ERM é instalada a máscara facial, que atua na protração da maxila, liberando as suturas circum-maxilares e ocasionando maiores alterações ortopédicas de avanço maxilar (BACCETTI et al., 1998).
A ERM com uso de aparelhos expansores convencionais pode provocar inclinações vestibulares dos dentes posteriores, rotação da mandíbula no sentido horário e abertura da mordida, principalmente em pacientes mais velhos. Assim, muitos autores têm proposto atualmente o uso de aparelho para expansão rápida da maxila suportado em mini-implantes apoiados no torno expansor e inseridos no palato (MARPE). O aparelho é uma modificação do aparelho de ERM convencional, sendo que a principal diferença consiste na fixação de mini-implantes no palato, na direção dos pré-molares (CARLSON et al., 2016). Como estão ancorados no osso basal da maxila, o movimento será puramente ortopédico, minimizando assim, os efeitos produzidos nos dentes (SUZUKI et al., 2016).
A desvantagem apresentada no uso desse dispositivo é a dificuldade em manter a área limpa, aumentando o risco de infecção, além da necessidade de atos cirúrgicos para sua instalação e posterior remoção (MACGINNIS et al., 2014).