Resumo
As más oclusões de Classe II Divisão 2 são classificadas como um degrau sagital aumentado onde a cúspide mésio-distal do primeiro molar superior está à frente do sulco mésio-vestibular do primeiro molar inferior, acompanhado de uma inclinação lingual excessiva dos incisivos centrais superiores e vestibular dos incisivos laterais superiores. Em alguns casos, os incisivos central e lateral estão lingualmente inclinados e os caninos se sobrepõem aos incisivos laterais, frequentemente acompanhada de um overbite profundo e overjet mínimo. Outras características desta má oclusão são: plano oclusal maxilar invertido e com dois níveis oclusais distintos, um em supraoclusão para os dentes anteriores e uma relativa infraoclusão para os segmentos posteriores, curva exagerada de Spee pode ser presente no arco mandibular com extrusão dos incisivos inferiores (BISHARA, 2006).
Uma das opções de tratamento da maloclusão de Classe II divisão 2 envolve a distalização dos molares superiores. O aparelho Pendulum é considerado um aparelho que não necessita de colaboração do paciente e de excelente eficácia na mecânica de distalização. O mesmo é fixado com apoios em pré-molares e ativado através de sua mola confeccionada com fio TMA 0,032” inserida em tubos palatinos dos molares superiores. Devido ao fato de possuir ancoragem dentária, apresenta o inconveniente de ter como efeito colateral de vestibularização dos dentes anterossuperiores, fato este que quando desejar ser evitado precisará o paciente estar em fase final de alinhamento e nivelamento com arcos de aço e elástico de Classe II (HILGER, 1992). Com objetivo de obter uma distalização de molar eficaz e sem complicações como perda de ancoragem foi projetado o dispositivo de pêndulo ancorado no osso (BAPA), sendo os parafusos inseridos na região anterior da sutura palatina mediana. Na maxila, a distalização dos primeiros molares é acompanhada de uma inclinação distal dos pré-molares e, quando associada à ancoragem esquelética no BAPA se torna uma forma eficaz, minimamente invasiva, de distalização sem qualquer perda de ancoragem (HANCIOGLU, 2006).
Para Wilmes et al. (2014), a distalização é não apenas indicada para o tratamento de pacientes de Classe II, mas também para pacientes de cirurgia de Classe III que necessitam de descompensação no arco superior se a retração do incisivo superior for necessária. Infelizmente, o efeito colateral com a maioria dos dispositivos intraorais convencionais para distalização de molares superiores é a perda de ancoragem. Por este motivo foi concebido um aparelho de pêndulo com ancoragem esquelética.
Baumgaertel (2009) citou a colocação de 2 a 4 minipafusos como procedimento menos invasivo do que a extração de 2 a 4 pré-molares, por exemplo. Casos limítrofes podem ser administrados de forma previsível com tratamento não cirúrgico utilizando-se de ancoragem em mini-implantes.
Fudaleja et al. (2011) realizaram uma revisão sistemática dos estudos relativos à distalização de dentes com aparelhos reforçados com dispositivos de ancoragem esquelética temporária. Foram identificados 12 artigos relevantes. O movimento distal dos molares superiores foi de 3,3 a 6,4 mm e a inclinação distal molar concomitante foi de 0,80º a 12,20º. Os incisivos maxilares permaneceram estáveis durante a distalização molar. Os autores concluíram que os distalizadores de molares reforçados com a ancoragem esquelética temporária parecem efetivamente mover molares distalmente sem a indesejada vestibularização dos incisivos.
O objetivo deste estudo foi abordar um caso de Classe II divisão 2 tratado com distalizador de molares superiores tipo Pêndulo suportado por mini-implantes.