Resumo
A harmonia facial depende do desenvolvimento correto das bases ósseas e posicionamento dentoalveolar. De fato, alterações no desenvolvimento, independentemente se o fator é genético ou epigenético, poderá levar à maloclusão (MASSEGILL, 1974).
Estudos de crescimento craniofacial baseados em dados cefalométricos foram desenvolvidos para serem utilizados como fatores como preditores do crescimento (ZABLEH, 2016).
As discrepâncias maxilomandibulares podem estar relacionadas com protrusão dos dentes superiores, retrusão dos dentes inferiores, prognatismo maxilar, retrognatismo mandibular ou pela combinação de fatores (MCNAMARA, 1981).
Segundo Angle, a maloclusão de Classe II, 1ª divisão, é a relação oclusal distal do primeiro molar inferior com o molar superior, apresentando o arco superior atrésico e alongado, com os incisivos superiores protruídos e os incisivos inferiores verticalizados (ACQUARO, 2007).
Em associação ao retrognatismo mandibular, muitos pacientes que possuem Classe II de Angle apresentam deficiência transversal da maxila (MCNAMARA, 2000), constituindo-se em problema complexo envolvendo a região craniofacial (ANDREOLI, 2009).
Quando há maloclusão com envolvimento esquelético, em pacientes que estão em fase de crescimento, indica-se o tratamento com Ortopedia Funcional dos Maxilares como um recurso de abordagem precoce. Com sua implementação, possibilita-se o estabelecimento de oclusão satisfatória, estável e com melhora no perfil facial, eliminando muitas vezes possíveis extrações dentárias (GIMENEZ, 2007; NAVARRETE, 2017).
O crescimento mandibular com a utilização de aparelho ortopédico funcional pode ser aumentado em aproximadamente 2 a 4 mm em relação ao crescimento normal (MCNAMARA, 2000). Com isto pode-se reestabelecer os padrões funcionais, para que o paciente continue seu crescimento dentro dos padrões fisiológicos, podendo haver modificação do plano oclusal e reorientação mastigatória (CARDOZO, 2016).
Independentemente de como um aparelho ortopédico atue, irá desencadear estímulos neurais que serão captados, integrados e respondidos pelo sistema nervoso (SILVA, 2009). A resposta está relacionada diretamente com o tipo de aparelho, intensidade de força aplicada e tempo de duração (SIMÕES, 2003).
Como forma de acelerar o processo de crescimento mandibular proposto pela Ortopedia Funcional dos Maxilares em casos de retrognatismo mandibular, pode-se utilizar a laserterapia de baixa intensidade.
A laserterapia tem ação anti-inflamatória, analgésica e de bioestimulação. Devido ao aumento da microcirculação local, pela irradiação do laser de baixa intensidade, altera-se a velocidade de reparação, aumentando a atividade osteoblástica (GARCIA, 2000; SILVA, 2009; BLAYA, 2015).
Com base no exposto, será descrito um caso clínico de Classe II, 1ª divisão, tratado com dispositivo intraoral SN10 e laserterapia para avanço mandibular.