Resumo
Um único componente que é instalado imediatamente sobre o implante no momento da sua instalação ou no momento da sua reabertura, podendo, também exercer o papel de um pequeno cicatrizador ou tapa-implante estendido é o conceito abordado neste capítulo. Ao mesmo tempo, este pilar é uma base para o cilindro-cicatrizador formador gengival anatômico e de perfil de emergência. Este pilar é também um pilar protético intermediário para coroas unitárias.
Uma vez que esse pilar é instalado sobre o implante não precisa mais ser removido e trocado por cicatrizador, transferente ou por outro componente. Recentes estudos publicados sobre one abutment one time concept mostraram que o efeito de desconexão e reconexão dos pilares (suas trocas ou substituições, incluindo a troca do tapa-implante pelo cicatrizador, cicatrizador por transferente, e transferente por pilar personalizado) afeta de modo significante o nível ósseo marginal peri-implantar) (CANULLA 2010; DE ANGELIS 2016; KOUTOUZIS, 2017).
As peças que compõem esse sistema têm conicidade projetada por meio computadorizado, e essas informações são enviadas a uma fresadora para que os componentes sejam fabricados. Assim, com a eliminação de peças fundidas, há um controle das discrepâncias marginais, o que reduz, por si só, a necessidade de um agente cimentante para estabilizar os componentes (BHANDARI et al., 2012).
O protocolo de trabalho:
O Pilar Self Connect utiliza a capacidade de retenção protética do tipo friccional como grande alicerce. Esta é a razão para que o pilar possua várias funções como foi citado anteriormente. Sua instalação à plataforma do implante, entretanto, se dá pelo método convencional, rosqueado, uma vez que o pilar Self Connect é um pilar do tipo sólido. O cilindro formador gengival e o cilindro protético que o pilar oferece entre suas soluções clínicas são instalados pela aplicação de uma força vertical até que sua fixação seja percebida, dispensando o uso de parafusos ou cimentos. Isso acontece graças a geometria do pilar, que permite encaixe tipo cone-morse com seus componentes, formando solda fria, garantindo, por si só, uma boa fixação. Da mesma forma que temos uma fixação boa e automática, a remoção desses cilindros é simplificada e pode ser feita a qualquer momento sem danificar os componentes do sistema, pois os cilindros possuem uma janela palatina que recebe uma chave de remoção com leve rotação horária ou anti-horária, apta a romper a solda fria, separando facilmente o cilindro do pilar (WAIL, 2016). Na figura 1 são apresentados todos os componentes da sequência de trabalho do pilar SC. Na figura 2, é apresentada a chave e o método de remoção do cilindro em relação ao pilar.
– Pilar SC na função de mini cicatrizador ou tapa implante estendido: O pilar é instalado imediatamente após a colocação do implante. O tecido mole é suturado sobre ele, o pilar permanece dessa forma até o momento da reabilitação, conforme a Figura 3.
– Pilar SC na função de base para formação gengival: Para essa função, coloca-se um cilindro cicatrizador anatômico indicado sobre o pilar SC, conforme a figura 4. A fixação desse cilindro sobre o pilar ocorre por fricção assim como os outros componentes do sistema. Basta que seja aplicada uma leve pressão axial até que sua fixação seja obtida. Para remover, utiliza-se uma chave de remoção na janela palatina, girando-a no sentido horário ou anti-horário, o que rompe a solda fria e separa o cilindro do pilar.
– Pilar SC na função de intermediário protético: A moldagem de transferência do pilar pode ser feita seguindo o mesmo padrão de transferência de qualquer pilar sobre implante. A única diferença é que o transferente não precisa ser aparafusado ao pilar, basta que seja pressionado até que a retenção friccional o estabiliza. O transferente é removido do modelo de gesso, dando-se seguimento à confecção da coroa com o material estético. Se o material eleito for acrílico ou cerômero, este deverá ser aplicado diretamente sobre o cilindro protético. Caso a coroa seja cerâmica, esta deve ser cimentada sobre o cilindro protético, em laboratório. Segue-se com o polimento e acabamento da linha de cimentação, antes da instalação em boca. O material estético e o cilindro protético tornam-se um corpo integrado, levado à boca e fixado sobre o pilar por fricção. A fixação da coroa sobre o pilar é bem simples e intuitiva. O cilindro protético é colocado sobre o pilar, com pressão digital suficiente para que força friccional seja ativada. Esta força garante uma fixação que pode ser aumentada com ajuda de martelete de ponta de plástico ou de resina acrílica, com suaves impactos sobre a coroa, até que a sua fixação seja percebida. Seria importante a checagem de interferência de contatos proximais, com uso de fio dental e carbono. Os cilindros possuem uma janela palatina projetada para sua remoção, que se dá com o auxílio de chave específica para remoção. A reabilitação pode ser imediata ou após a ancoragem óssea do implante, alcançada via osseointegração; a coroa artificial poderá ser feita diretamente em boca ou indiretamente, no modelo de gesso, em laboratório.