Resumo
A educação em saúde bucal compreende ações com o objetivo de aprimorar o conhecimento sobre o processo saúde-doença, incluindo os fatores de risco e de proteção à saúde bucal, assim como, possibilitar o indivíduo a mudar seus hábitos e apoia-se na conquista de autonomia e empoderamento, como uma importante ferramenta para a prevenção de doenças bucais. Para que esta mudança seja alcançada, é fundamental a motivação continuada do paciente (NIGHTINGALE et al., 2014).
A assistência odontológica inserida no paradigma de promoção de saúde deve desenvolver ações educativas e preventivas sem limitar-se às atividades curativas (Silveira; Oliveira; Padilha, 2002).
A primeira infância constitui-se em um momento de descoberta. Nesta fase, começam a ser estabelecidas algumas prioridades e atitudes que podem perdurar por toda a vida do indivíduo. Assim, a aquisição de hábitos na infância é um requisito para o desenvolvimento de hábitos de adultos saudáveis (CORRÊA, 2010).
A placa dentária é conhecida como o fator etiológico para a doença cárie e periodontal. O conhecimento sobre placa dentária passou a ser reconhecido, não só como um conglomerado bacteriano simples aderente à superfície do dente, mas também definido como biofilme dental organizado (HASS et al., 2012).
O controle mecânico da placa dentária, por parte do paciente, é considerado o maior responsável por eliminar o principal fator local etiológico da doença cárie e periodontal (VERNINO, 1998).
A escovação é a ferramenta mais socialmente usada e amplamente aceita de higiene bucal. No entanto, para tornar-se eficaz no combate, a placa ela deve ser orientada e supervisionada pelo profissional, por considerar-se a motivação do paciente fundamental no processo de escovação (PINTO, 1989).
A eficácia da escovação e uso de fio dental, em se tratando de crianças, é diminuída devido às limitações psicomotoras próprias da idade, que dificultam o aprendizado e a realização adequada das técnicas (LIMA, 1992).
Souza; Gomes; Pessoa (2014) evidenciaram em seu estudo que a motivação em programas educativos preventivos tem grande importância na redução e controle do biofilme dental, sendo muito mais efetiva se acompanhada.
A utilização de índices de placa baseados na inspeção visual pode melhorar a sensibilidade e especificidade de método diagnóstico, além de apresentar um excelente-custo benefício (REYS, 2002).
Os índices de placa normalmente medem a quantidade de placa pela área do dente coberta ou pela espessura de placa, podendo ser melhor visualizada através de evidenciadores de placa (SILNESS; LOE, 1964).
Em 1972, O’Leary; Drake RB; Naylor, desenvolveram um Registro de controle de placa, expresso em porcentagem, baseado na presença de placa nas superfícies dentárias mesial, distal, vestibular e lingual. O cálculo de índice é feito dividindo o número de superfícies contendo placa pelo número de superfícies examinadas.
O Índice de placa é utilizado em Odontopediatria para quantificar o biofilme dentário evidenciado por corantes, o que facilita ao indivíduo visualizar suas deficiências de escovação.
O objetivo do presente trabalho é relatar um caso clínico de redução de placa visível, em paciente infantil, após consultas de retorno, abordando a eficácia da motivação quando o paciente consegue visualizar as áreas, por meio do índice de placa dentária, onde necessita aprimorar sua higiene.