Resumo
O paciente com necessidade de reabilitação com implante osseointegrável procura restabelecer, além da função mastigatória, uma estética final satisfatória (NAGAPPA et al., 2016). Nesse sentido, a prótese fixa implantossuportada assume uma posição de destaque, já que apresenta, dentre suas vantagens, a preservação de tecido dental sadia (FAVERANI et al., 2011).
O planejamento reverso protético-cirúrgico permite que o profissional tenha uma boa previsibilidade do caso. Uma cuidadosa avaliação pré-operatória por meio radiografias, modelos de estudo montados em articulador, enceramento diagnóstico, guia cirúrgico e a escolha da técnica cirúrgica adequada ao caso são considerados pré-requisitos para se obter uma ótima localização do implante, favorecendo a restauração estética subsequente (FUNATO et al., 2007; ZORZAL et al., 2011; Amoroso et al., 2012). A prótese fixa unitária implantossuportada deve ser planejada, levando em consideração situações limites que o paciente pode apresentar, tais como, linha alta do sorriso, qualidade gengival deficiente, redução do espaço protético, e até mesmo, ausência de papilas interdentais (CARVALHO et al., 2006).
Cabe ao profissional estar atento à queixa principal do paciente, bem como de sua expectativa acerca do resultado do tratamento, elucidando qualquer dúvida a respeito das opções e ou limitações que o caso apresente.
Frente às diferentes necessidades de tratamentos com implantes osseointegráveis, surgiu no mercado uma variabilidade de sistemas de conexões e componentes protéticos, permitindo ao profissional escolher o mais adequado a cada situação clínica. Dentre essas conexões e componentes está o sistema cone Morse, que apresenta a vantagem de reduzir a possibilidade de micromovimentação durante as cargas, produzindo a chamada “solda fria” no torque dos componentes, aumentando o embricamento entre as peças do sistema, reduzindo a microfenda e a inflamação dos tecidos peri-implantares, apresentando um selamento eficiente diante da penetração bacteriana, garantindo diminuição na reabsorção óssea, favorecendo uma resposta biológica positiva na formação de papila e, consequentemente, melhorando a estética (MOLON; PAMATO; PEREIRA, 2013; SANTOS et al., 2015; MACEDO et al., 2016).
A respeito da prótese sobre implante, embora existam diferentes opções de materiais estéticos para a confecção de infraestrutura e coroa livre de metal, tradicionalmente, a chamada coroa metalocerâmica ainda é comumente utilizada (referência). Em relação à sua função ou capacidade de mastigação, é considerada bastante favorável pelo fato de que as forças mastigatórias não se concentram apenas sobre a coroa do implante, distribuindo-se nos dentes remanescentes do paciente. De fato, a infraestrutura metálica da metalocerâmica confere resistência adequada a uma eventual possibilidade de fratura da cerâmica (HOPPEN et al., 2010). A prótese parafusada possui, como maior vantagem, a reversibilidade e facilidade no restabelecimento e manutenção da restauração, permitindo a remoção da prótese para reparos na coroa, a troca de componente devido afrouxamento ou fratura do parafuso e uma melhor avaliação da higiene bucal e sondagem peri-implantar (RIBEIRO et al., 2008; VERRI et al., 2012).
Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de reabilitação funcional e estética com prótese fixa implantossuportada unitária, em implante do sistema cone Morse.