Resumo
A cárie dental é uma das doenças crônicas mais comuns da infância. Sua etiologia tem caráter multifatorial e envolve substrato dental e os microrganismos do hospedeiro, que são modificados pelo fluxo salivar, dieta e pela quantidade de flúor que é capaz de remineralizar a superfície dentária. Apesar de todas as ações preventivas disponíveis na Odontopediatria, ainda é possível ver no consultório, crianças com perda de estrutura dental causada pela cárie de acometimento precoce, principalmente a perda de dentes anteriores (PEREIRA; MACEDO; PENIDO, 2012).
A cárie de acometimento precoce é causada, especialmente, pela associação do íntimo contato da superfície dental com os líquidos açucarados fermentáveis nos elementos dentais.
A persistência do aleitamento com líquidos açucarados durante a noite e a falta de informação dos pais sobre a importância da higienização dos primeiros dentes, faz com que o quadro se agrave (CASTILHO et al., 2014).
Seering, Mainardi e Oliveira, (1998); Kawashita, Kitamura e Saito (2011) consideram a cárie dental como uma doença que pode ser prevenida, ou até mesmo paralisada.
Entretanto, se a lesão não for controlada, poderá acarretar na perda precoce do elemento acometido. A perda precoce dos dentes decíduos anteriores pode trazer inúmeras alterações, como perda na função mastigatória, desvio no padrão da deglutição, distúrbios fonéticos, instalação de hábitos indesejáveis, perda de espaço e consequente desequilíbrio oclusal, além de comprometimento estético e psicoemocional da criança (SCHNIDER; RONTSNI, 2004).
Quando a destruição causada pela doença cárie é muito extensa, ocorre a preocupação de realizar a reabilitação do paciente, devolvendo a estética e função ao dente acometido pelas lesões.
Carneiro, Fonseca e Cruz (2006) apresentaram algumas alternativas para realizar a reabilitação, tendo sido descritas, entre elas, as coroas de aço ou de policarbonato, essas, por sua vez, já caíram em desuso por serem antiestéticas. Existe, também, a possiblidade de matriz de celuloide ou de acetado, sendo ou não reforçada por pino de vidro, facetas de resina, colagens de autógenos ou heterógenas.
A reconstrução da coroa destruída pode ser realizada pela técnica direta, que apresenta bons resultados, porém, exige mais habilidade por parte do profissional e mais tempo da criança na cadeira odontológica (SANTOS-PINTO, 2001).
O objetivo desse trabalho é demostrar a reconstrução dos incisivos decíduos, justificando a importância do relato com auxílio da matriz celuloide ou coroa de acetado em paciente acometido por cárie de estabelecimento precoce.