Resumo
Atualmente, há na sociedade, uma exacerbada preocupação com a estética, fato que tem levado principalmente adolescentes em busca de tratamento ortodôntico para o restabelecimento da harmonia do sorriso. No entanto, as intensas alterações hormonais da puberdade aliadas às dificuldades de higienização bucal geradas pelo aparato ortodôntico podem acarretar o desenvolvimento de uma hiperplasia gengival inflamatória (DOMINGUES, 2009; MONTENEGRO; CRUZ, 2013).
A hiperplasia gengival inflamatória é uma proliferação do tecido gengival resultante de um estímulo de baixa intensidade e longa duração, produzido pelo biofilme dentário (PEDRON et al., 2009). Até algum tempo atrás, como o apelo estético era menor e o acesso ao tratamento ortodôntico mais difícil, a hiperplasia gengival inflamatória não era uma condição tão frequente nos consultórios odontológicos. O sorriso é importante por causar impacto nos relacionamentos sociais (BORDIN et al., 2010). Para um belo sorriso, é necessário que haja harmonia entre todas as estruturas que o compõem: dentes (estética branca), gengiva e lábios (estética vermelha) (BERTOLINI; BIONDI FILHO; SANTIAGO, 2011; GONZALES; ALMEIDA, 2011). Quando uma hiperplasia gengival inflamatória se desenvolve, há uma quebra nessa harmonia, sendo necessária, além de uma mudança positiva nos hábitos de higiene bucal, a correção cirúrgica por meio de gengivectomia para o restabelecimento do equilíbrio perdido (BORDIN et al., 2010). A gengivectomia prevê a excisão da faixa de gengiva correspondente à parede mole da bolsa, respeitando-se o espaço biológico, além da reanatomização da arquitetura gengival (CIMÕES; GUSMÃO; DONOS, 2013).O propósito deste capítulo é relatar um caso clínico de correção de hiperplasia gengival inflamatória, após cinco anos de tratamento ortodôntico, por meio da orientação/motivação de higiene bucal e da cirurgia periodontal de gengivectomia.