Resumo
Após a perda dos elementos dentários, os processos alveolares da maxila sofrem reabsorção de forma progressiva e irreversível, resultando em grande perda de substância vertical e horizontal. Devido à atrofia encontrada nesta região, a quantidade óssea aparece insuficiente para colocação de implantes. A duração do edentulismo nessa área e a dentição anterior residual ao seio maxilar definirão a extensão da perda óssea na região posterior da maxila. Dificilmente existirá quantidade óssea suficiente para uma reabilitação entre o seio maxilar e a crista alveolar após um longo período de edentulismo e progressiva reabsorção óssea maxilar.
A reabsorção maxilar vertical tende a ser quatro vezes maior em comparação com a mandíbula. A reabsorção horizontal começa na superfície vestibular e progride na direção palatal. Durante o processo de reabsorção, pode haver a falta de espessura e/ou altura óssea na maxila anterior. Já na região posterior, a falta de espessura é mais acentuada que a altura. Em ambos os casos, é preciso recorrer à enxertia para posterior instalação dos implantes (MISH, 2009).
Nesse sentido, o levantamento do seio maxilar vem sendo apontado como um dos métodos alternativos mais empregados na prática clínica. Essa técnica foi proposta por Tatum em 1977. Na década de 1980, Boyne e James publicaram o primeiro artigo sobre o uso de enxerto ósseo para permitir a instalação de implantes endósseos na região do seio maxilar (WOO; LE, 2004).
Atualmente, diversos materiais de enxertia foram desenvolvidos visando a melhoria do desempenho clínico e o aumento da taxa de sucesso, como aloenxertos ou enxertos homógenos, aloplásticos, autoenxertos ou enxertos autógenos, xenoenxertos ou enxertos heterógenos; além dos complementos: plasma rico em plaquetas (PRP) e fibrina rica em plaquetas com leucócitos (L-PRF) (DANTAS et al., 2011; EHRENFEST et al., 2010; MISCH, 2009; DUSSE et al., 2008).
No entanto, a taxa de reabsorção é variável de um paciente para o outro no período de cicatrização, e a técnica utilizada para obtenção do material de enxertia pode comprometer ou favorecer o resultado final (ZHENG et al., 2014; EHRENFEST, 2010; EHRENFEST et al., 2010 a, b; DUSSE et al., 2008).
O uso dos concentrados de plaquetas nas cirurgias orais e maxilofaciais, particularmente em implantodontia, é uma corrente e tendência interessante. A PRF é definida como um biomaterial composto de leucócito autólogo e plaquetas ricas em fibrina (L-PRF). Este procedimento fácil e de acesso aberto foi desenvolvido na França por Choukroun et. al. PRF é frequentemente apenas considerada como um coágulo de sangue otimizado por meios naturais (COSTA et al., 2014; EHRENFEST et al., 2010).
Coágulos de PRF podem ser facilmente transformados em membrana densa de fibrina. As membranas de PRF liberam grandes quantidades de fatores de crescimento, tais como fator de crescimento transformante (TGFβ-1), fator de crescimento derivado de plaquetas, fator de PDGF-AB, fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e proteínas de matriz (como trombospondina-1, vitronectina, fibronectina) durante pelo menos 7 dias.