Resumo
A deficiência transversa da maxila associada à mordida cruzada posterior pode acometer 9,4% da população e quase 30% dos pacientes ortodônticos (BRUNELLE; BHAT; LIPTON, 1996). O tratamento de escolha é a expansão rápida da maxila (ERM) (LEE et al., 2018). A técnica convencional apresenta resultados satisfatórios com abertura da sutura palatina mediana em pacientes com menos de 16 ou 17 anos (HASS, 1970). Contudo, essa técnica pode apresentar falhas em pacientes adultos, uma vez que a sutura pode já ter ossificado (KILIC; KIKI; OKYAY, 2008; ANGELIERI et al., 2017).
Para os pacientes que se encontram em estágio avançado de maturação da sutura a abertura desta é limitada. Nestes indivíduos a ERM convencional pode causar efeitos dentoalveolares indesejáveis (JANG et al., 2016). A técnica de expansão rápida da maxila assistida por mini-implantes (Miniscrew assisted rapid palatal expansion- MARPE) (LEE et al., 2010, NOJIMA et al., 2018) representa uma alternativa de tratamento não cirúrgica e clinicamente aceitável para corrigir discrepâncias transversais maxilares (leves a moderadas) em adultos jovens com maturação esquelética concluída (CARLSON et al., 2016; LIM et al., 2017).
A avaliação da maturação da sutura palatina mediana pode ser realizada em imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC). Em adultos jovens a TCFC pode fornecer parâmetros confiáveis para a decisão clínica entre a ERM isoladamente ou a MARPE (ANGELIERI et al., 2013; ANGELIERI et al., 2017).
A TCFC também possibilita a avaliação das dimensões ósseas onde serão instalados os mini-implantes (MI) (NOJIMA et al., 2018); tal fator é considerado de extrema importância, uma vez que permite o uso de dispositivos de tamanho adequado para promoverem a ancoragem bicortical. Isso resulta em melhor estabilidade, diminuição da deformação e da possibilidade de fratura do mini-implante, além de uma expansão mais paralela no plano coronal, melhorando-se a transmissão aos ossos (LEE; MOON; HONG, 2017).