Resumo
Assim como a saúde geral, manter a saúde oral de bebês é essencial, pois a presença de doenças orais pode comprometer o seu desenvolvimento físico, social e psicológico. Entretanto, é importante ressaltar que existe uma variedade de doenças que podem acometer a cavidade oral dos bebês, assim, o papel do odontopediatra torna-se imprescindível para acompanhar e tratar precocemente tais alterações (REZENDE et al., 2017).
Dentre essas alterações orais comuns em bebês, destaca-se a rânula, que é um cisto de retenção mucosa que ocorre nas glândulas salivares maiores, em região de assoalho bucal (REZENDE et al., 2017). A rânula geralmente é unilateral e relativamente comum, sendo vista com mais frequência em crianças e adultos jovens (NEVILLE et al., 2009; TOLENTINO et al., 2010). A lesão apresenta-se como tumefações azuladas, flutuantes, de formato abaulado, geralmente localizadas lateralmente à linha média do soalho bucal. Ela pode romper-se, liberar seu fluído mucinoso e cicatrizar-se espontaneamente. No entanto, muitas dessas lesões são crônicas e podem formar-se novamente. Nesse caso, a excisão cirúrgica é necessária (NEVILLE et al., 2009).
As principais causas para o aparecimento da rânula são o trauma e a obstrução dos ductos das glândulas em decorrência da formação de sialolitos. O trauma é a causa mais observada, resultando num rompimento de um ou mais ductos das glândulas salivares e consequente extravasamento ou retenção do muco no assoalho da boca (NEVILLE et al., 2009).
O tratamento da rânula consiste na marsupialização, micromarsupialização, remoção cirúrgica da lesão, remoção da glândula sublingual ou ainda uma combinação da remoção da lesão e da glândula sublingual (NEVILLE et al., 2009; AMARAL; FREITAS; MESQUITA, 2012). A marsupialização é o tratamento mais indicado por ser de fácil execução, porém com risco de recidivas. Neste caso, realiza-se uma excisão na mucosa do assoalho bucal e na parede superior da rânula. Mas em caso de recidiva pode-se optar pela excisão da rânula e da glândula sublingual, com acesso intraoral (GERALDINI et al., 2006). A micromarsupialização é uma técnica minimamente invasiva, de baixo custo e risco, executada com anestesia local, eficaz, além de ser bem tolerada pelos pacientes, assim, indicada para crianças (GASSEN et al., 2010; PIAZETTA; TORRES-PEREIRA; AMENÁBAR, 2011; AMARAL; FREITAS; MESQUITA, 2012).
O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de rânula em bebê com acompanhamento de 6 meses.