Resumo
Uma condição bastante desconfortável para qualquer indivíduo é conviver com processos dolorosos. A dor prejudica a função física e mental e resulta em tratamentos onerosos, redução da produtividade e da qualidade de vida (CAMPBELL; CLAUW; KEEFE, 2003).
Considerada como uma síndrome de etiologia multifatorial, a DTM frequentemente é relacionada com dor na face, na mandíbula, no ouvido e na cabeça podendo ser confundida com dores de origem otológica, neurológica e doenças infecciosas na região orofacial, portanto, o diagnóstico diferencial é fundamental (DE BOEVER; CARLSSON; KLINEBERG, 2000).
A dor miofascial é o subtipo de desordem temporomandibular mais comum. Sugere-se que entre 50% e 75% da população, em todas as faixas etárias, apresentem sinais de DTM em algum momento de suas vidas e outros 20% a 25% da população sofrem sintomas, mas não procuram tratamento (SMITH et al., 2007).
A teoria psicofisiológica mantém o estresse psicológico como um fator importante na determinação da dor miofascial (SCHMITTER et al., 2010).
Pontos-gatilhos miofasciais são definidos como: pontos hiperirritáveis no músculo, que estão associados a nódulos palpáveis hipersensíveis em bandas tensas. São dolorosos à compressão e podem dar origem à dor referida sentida em uma região distante, podendo causar fraqueza e uma restrição na amplitude do movimento de um músculo (ONG et al., 2014).
A Síndrome da dor miofascial (SDM) é um termo utilizado para descrever uma condição de dor crônica de origem nos músculos e tecidos conjuntivos adjacentes (as fáscias). É uma desordem dolorosa regional, caracterizada pela presença de um ou mais pontos-gatilhos miofasciais (PGm), que estando ativos, causam dor espontânea no tecido imediatamente adjacente e/ou em locais distantes. Seu diagnóstico é realizado por meio de palpação digital com compressão em busca de regiões/bandas musculares tensas. O ponto de maior dolorimento no paciente deve ficar sob pressão contínua (10 segundos), a fim de reproduzir a sua dor relatada. No ponto-gatilho latente, a banda tensa está presente fisicamente, mas não causa dor espontânea (GUIMARÃES, 2012).
Os pontos-gatilhos apresentam-se como resultados de uma sobrecarga muscular aguda ou traumas repetitivos menores. O agulhamento é uma das opções de tratamento, a agulha de acupuntura de filamento fino é diretamente inserida no ponto-gatilho sem uso de qualquer medicação (RAYEGANI et al., 2014). A agulha é manipulada em vários locais, com o objetivo de tentar desativar o ponto-gatilho (ONG et al., 2014)
A resposta contrátil local é a contração da banda muscular tensa, durante o agulhamento seco, no momento em que a agulha penetra no ponto-gatilho miofascial, seguida de um profundo relaxamento desta (GUIMARÃES, 2012).