Resumo
A evolução das técnicas cirúrgicas e o desenvolvimento de materiais mais avançados tem levado cada vez mais pacientes aos consultórios com a
falsa ilusão de que todas as deformidades dentofaciais são resolvidas quase que de forma instantânea. O conhecimento da magnitude das alterações dimensionais, ocasionadas pela perda de um ou mais elementos dentários, é importante para a tomada de decisões e a formulação de um plano de tratamento integral, estipulando possíveis soluções para complicações esperadas durante a reabilitação protética (WENG; STOCK; SCHLIEPHAKE; 2010).
O conhecimento profundo das técnicas, associado a uma visão holística dos casos, pode trazer muito mais segurança aos profissionais de odontologia na realização dos planejamentos multidisciplinares de uma forma integrada. Segundo Kan et al. (2009), a reposição da perda de múltiplos dentes adjacentes em áreas estéticas, com comprometimento na arquitetura óssea e gengival é muitas vezes uma tarefa desafiadora para o clínico. Geralmente requer múltiplos procedimentos, incluindo técnicas de preservação e/ou de regeneração teciduais. A chave para o sucesso do tratamento está em uma abordagem multidisciplinar (cirúrgica, ortodôntica e restauradora), com boa comunicação e harmonia entre os especialistas, para que um adequado diagnóstico, plano de tratamento e execução possa ser alcançado.
Para o caso a ser apresentado, durante as consultas iniciais foram idealizadas diversas propostas e alternativas de tratamento. Mas diante do espaço protético e das perspectivas de um resultado mais estéticos (TARNOW; CHO; WALLACE; 2000) foram instalados dois implantes, o que corrobora com a indicação de Salama et al. (2010). Os autores sugerem que não sejam instalados implantes adjacentes em áreas edêntulas extensas, lançando-se mão de pônticos e cantilevers. Adicionalmente, deve-se realizar o condicionamento tecidual para que seja alcançada uma solução estética favorável. Também de acordo com Joly; Carvalho e Silva (2010) o remodelamento gengival por meio de restaurações provisórias é opção clínica simples e satisfatória para se obter melhor estética em reabilitações com próteses implantadas e convencionais, assemelhando o perfil de emergência do elemento protético e do pôntico aos dentes naturais, escondendo a linha cervical das coroas e eliminando o espaço vazio interpapilar. O tecido gengival deve apresentar espessura suficiente para permitir condicionamento pela técnica da hiperpressão. Com o condicionamento por hiperpressão, consegue-se contorno gengival adequado acrescentando pequena quantidade de resina acrílica autopolimerizável em restaurações provisórias, ocasionando leve isquemia sobre o tecido a ser condicionado. Os pônticos convexos são preferíveis para substituir dentes ausentes, por criarem a ilusão do pôntico emergindo do tecido gengival. O planejamento virtual para instalação de implantes tornou-se uma metodologia usual, o que orienta a instalação na posição 3D ideal, respeitando os acidentes anatômicos e os princípios biológicos, para que sejam alcançados os objetivos funcionais, estéticos e biológicos do tratamento. Com a utilização de recursos de imagens a visualização da necessidade de enxertias ded tecido mole ou ósseo fica mais evidente, mesmo antes da intervenção cirúrgica. Urban; Nagursky e Lozada (2011), propuseram que dentro das limitações estabelecidas pelos diversos casos estudados, a Regeneração Óssea Guiada (ROG) é uma ferramenta viável para aumentar a sobrevida dos implantes instalados em áreas regeneradas, o que corrobora com as indicações de Aghaloo e Moy (2007).