Resumo
Procedimentos reabilitadores são cada vez mais procurados pelos pacientes em busca de conforto, estética e função (DANTAS, 2012).
A necessidade da estética e de funções satisfatórias, juntamente com desejo de promover resultados duradouros, fizeram das coroas metal free a melhor alternativa para reabilitações, considerando sua boa adesão à estrutura dental, naturalidade e resistência. Com a tendência de valorização da estética, as cerâmicas têm sido empregadas rotineiramente devido a sua translucidez, boa lisura superficial, baixa absorção de água, resistência ao manchamento, biocompatibilidade e ótima resistência à abrasão e compressão (RIBEIRO et al., 2015).
As alterações na DVO podem ocorrer ao longo do tempo em pacientes que perderam elementos dentários, em procedimentos restauradores, durante tratamentos ortodônticos e ortognáticos e em pacientes com desordens temporomandibulares (HARPER, 2000). Os danos ocasionados pelas alterações da DVO são diversos e estão relacionados com problemas estéticos, fonéticos, dentais, de deglutição, musculares e articulares, posturais e periodontais (ANTUNES et al., 2000; DIAS et al., 2006).
Os reflexos da alteração na dimensão vertical podem ser observados não apenas na cavidade oral, mas mudanças significativas na face podem ser capazes de modificar a percepção do grau de envelhecimento do indivíduo (MOHINDRA; BULMAN, 2002).
Os fatores envolvidos no surgimento e na progressão do desgaste dentário são multifatoriais e complexos, envolvendo a interação entre fatores biológicos, mecânicos e químicos (MAIR et al., 1996; LEE et al., 2012). Neste contexto, o bruxismo é considerado um fator mecânico, que pode estar associado aos outros fatores, potencializando o desgaste dental.
A demanda por restaurações estéticas tem resultado em um aumento do uso de cerâmicas dentais, antes restrita apenas ao tratamento em regiões anteriores, e hoje também abrangendo região posterior. Vários materiais cerâmicos e novas técnicas têm sido desenvolvidas durante as últimas décadas, uma vez que as propriedades dos materiais cerâmicos tradicionais tinham limitada indicação para restaurações de maiores extensões devido à limitada resistência à flexão frente às forças, durante a mastigação (BARÃO et al., 2010; ANADIOTI et al., 2014).
Diante de tantos materiais cerâmicos disponíveis, é de suma importância que o clínico conheça e saiba diferenciá-los para obter o melhor resultado das suas propriedades. Cada porcelana sofre variação na forma de seu tratamento de superfície e aspectos ópticos de acordo com seu processo de produção como: injetadas ou fresadas pelo sistema CAD/CAM, monolíticas ou estratificadas, e pela sua composição: feldspática, aluminizada, dissilicato de lítio, silicato de lítio reforçado por zircônia, dentre outros. Por isso, a importância de conhecer bem o material para sua correta seleção e aplicação (SAAVEDRA; ANAMI; BOTINO, 2015).
O uso de cerâmicas vítreas à base de dissilicato de lítio para resoluções estéticas de casos envolvendo coroas totais, facetas cerâmicas e fragmentos cerâmicos é possibilitado devido a essas cerâmicas serem passíveis de condicionamento ácido fluorídrico, classificando-se como cerâmicas ácido-sensíveis, as quais, associadas à aplicação do agente silano no interior da peça, possibilitam altos índices de adesividade ao substrato dental, ganhando, também, em resistência à flexão (AMOROSO et al., 2012).
Diante do exposto, o presente artigo relata um caso clínico de reabilitação oral de arcada superior com restabelecimento funcional de dimensão vertical de oclusão e estética, utilizando coros metal free (coping de dissilicato de lítio com estratificação em cerâmica feldspática) dentes 11, 12, 13, 21, 22 e 23, e onlays de dissilicato de lítio14, 16, 17, 24, 26 e 27.