Resumo
Disfunção Temporomandibular (DTM) é um conjunto de desordens que envolvem músculos mastigatórios e a articulação temporomandibular (ATM). Acometem todos os grupos etários, sendo mais predominante em mulheres com idade entre 20 e 40 anos, numa proporção de 5:1 em relação aos homens. (ASH; RAMFJORD; SCHMIDSEDER, 2001). A dor miofascial é uma das principais causas de desconforto, atingindo aproximadamente, 30% dos pacientes que procuram tratamento para DTM. (FERNANDEZ et al., 2010)
A manifestação clínica também pode vir acompanhada de fadiga, limitação do movimento mandibular e leve fraqueza muscular. Na síndrome da dor miofascial, o músculo masseter é o mais afetado, seguido do músculo temporal (DIRAÇOGLU et al., 2012). Pontos gatilhos musculares definidos como hiperirritáveis localizados dentro das bandas tensas dos músculos esqueletais, são considerados a principal causa de dor músculo esqueletal (SIMONS; TRAVELL, 1999).
Os pacientes com DTM apresentam sinais e sintomas diversos, como: cefaleia, dor, estalidos ou ruídos na ATM, dor e/ou zumbido no ouvido, dificuldade de abrir a boca, desvio na mandíbula, travamento em boca aberta ou fechada, dores faciais (MARTINS et al., 2004).
Não existe fator etiológico único para a DTM, portanto é uma condição multifatorial, o que exige uma abordagem terapêutica interdisciplinar envolvendo, além de dentistas, fisioterapeutas, médicos, psicólogos e fonoaudiólogos (TORRES et al., 2012). O agente etiológico mais comum relacionado ao fator miogênico da DTM é a hiperatividade muscular, que pode contribuir para os desarranjos da ATM. Além disso, tal hiperatividade pode se originar dos traumas, de doenças sistêmicas e das desordens do crescimento (FREITAS et al., 2011).
Do ponto de vista clínico, ponto gatilho miofascial (PGm) é um nódulo discreto hipersensível em uma banda tensa do músculo. O PGm ativo causa dor espontânea no tecido imediatamente adjacente, e/ou locais distantes. A palpação aumenta a dor e reproduz uma experiência de dor familiar para o paciente. No PGm latente, a banda tensa está presente fisicamente, mas não causa dor espontânea. (GUIMARÃES, 2012).
O exame clínico é criterioso e avalia as características oclusais do paciente como também, a presença de hábitos parafuncionais: sucção digital e de chupeta, onicofagia, interposição labial e deglutição atípica. Os sinais clínicos da disfunção temporomandibular são verificados por meio da constatação de ruídos articulares, travamento, luxação, dor durante movimentos mandibulares e a capacidade máxima de abertura bucal. Além desses exames, o paciente e/ou responsável são submetidos a uma entrevista, cujas perguntas relacionam-se com os sinais e sintomas da DTM como: dificuldade de abertura bucal e movimentação da mandíbula, cansaço muscular durante a mastigação, dores de cabeça, nuca e pescoço, dores de ouvido ou na região das articulações (SANTOS et al., 2006).