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Resumo
Na Odontologia moderna, a estética tem sido um dos grandes motivos pelo qual os pacientes buscam os consultórios. Tanto a estética branca (dentes) quanto a rosa (tecidos gengivais) são levadas em consideração para atingir um sorriso mais harmonioso.
A pigmentação melânica gengival fisiológica é definida como alteração da coloração do tecido gengival por acúmulo de melanina, oriunda dos melanócitos, que pode acometer principalmente a gengiva inserida, mas também a gengiva livre, podendo resultar em uma estética desfavorável (Bolden, 1960; Dummett, 1960). A pigmentação melânica gengival é o resultado de uma deposição em excesso de melanina, na camada basal do epitélio, durante o período embrionário de desenvolvimento. Esta pigmentação, apesar de ser mais prevalente na raça negra, pode acometer indivíduos de outras raças. Esta condição pode aparecer sob a forma de máculas isoladas ou faixas contínuas, envolvendo apenas a papila gengival ou abrangendo todo o tecido gengival (Dummett, 1946; Manfred et al., 2002; Page et al., 1977; Trelles et al., 1993). Existem variações de intensidade e distribuição da pigmentação, o que determinou uma classificação, variando de uma coloração gengival como leve (marrom claro), moderada (marrom escuro) à severa (roxo – azulado e/ou preto) (Dummett, 1946).
Dentre as possíveis causas envolvidas na pigmentação melânica, estão: o acúmulo de melanina, trauma, doença autoimune, melanose do fumante, exposição crônica a altos níveis de bifenil-policlorato, sinais decorrentes de fenômenos de corrosão (tatuagem por amálgama) e discromias radiculares que transparecem por meio dos tecidos gengivais. Além disso, o uso de vários tipos de medicamentos (cloroquina, quinina, minociclina, tranquilizantes, drogas utilizadas no tratamento do HIV, estrógeno, etc.), hábitos (tabaco, alguns alimentos regionais como noz regional e substâncias para limpeza de dentes e lábios) e por vários fatores como deficiências hormonais, síndromes, lesões vasculares e tumores (Ficarra et al., 1990; Langford et al., 1989)..
Muitas técnicas para o tratamento têm sido descritas para a remoção das pigmentações, como o uso de substâncias químicas (ex.: fenol 90% + álcool 95%), gengivectomia em bisel externo, abrasão epitelial com brocas diamantadas ou com lâminas de bisturi, enxertos gengivais ou de tecido conjuntivo, despigmentação pelo uso de laser ou criocirurgia (Carranza, 1986; Lindhe, 1999; Lopes et al., 2000; Tal et al., 2003).
A repigmentação melânica, ou seja, o reaparecimento clínico da pigmentação depois de um determinado período deve ser considerada no planejamento para que haja uma remoção completa dos melanócitos presentes (Dummet, 1960; Bergamaschi, 1979; Hirschfeld et al., 1951; Perlmutter et al., 1986; Sharon et al., 2000).
Atualmente, devido à busca da excelência e melhores resultados, o uso de magnificação na prática odontológica tem se tornado cada vez mais frequente. Apesar da visualização normal ser quase sempre suficiente para um exame clínico, avaliação e execução dos procedimentos odontológicos, a magnificação amplia a imagem do campo operatório, proporcionando visualização de detalhes não detectáveis a olho nu, o que permite melhorar o diagnóstico e execução dos procedimentos, além do refinamento das técnicas executadas (Strassler et al., 1998; Mamoun, 2009).
Existem muitas opções de sistemas de magnificação, dentre elas, a utilização da lupa proporciona ao clínico determinar qual o grau de ampliação desejado, distância de trabalho, visualização e profundidade do campo. Além dos benefícios visuais, a utilização de magnificação permite uma postura mais adequada ao profissional, proporcionando-lhe conforto e prevenção de lesões por esforços repetitivos (Strassler et al., 1998; Syme et al., 1997; Sunell & Rucker, 2004).
Dentre as técnicas citadas para a remoção da pigmentação melânica, podemos destacar a abrasão epitelial com instrumentos rotatórios diamantados, a qual foi selecionada para este estudo, devido a acessibilidade, baixo custo operacional, facilidade de execução, rapidez e bons resultados, utilizando, ainda, a magnificação com lupa e LED a nível comparativo de resultados.
