Resumo
A cada dia um número maior de pessoas busca por tratamentos odontológicos que devolvam a função e a estética comprometidas diante da perda dos dentes. Tais perdas promovem, em médio prazo, alterações nas estruturas de suporte (osso alveolar e tecido gengival), perda de dimensão vertical, disfunções têmporomandibulares, complicações mastigatórias e fonéticas que podem comprometer e, até mesmo, inviabilizar as reabilitações com o uso de implantes osseointegráveis (DAVIES; OCHS, 2010).
Nesses casos, procedimentos reconstrutivos devem ser utilizados com o objetivo de devolver a arquitetura tridimensional do osso, uma vez que o volume ósseo disponível é condição fundamental para instalação dos implantes em posição favorável, viabilizando a futura restauração protética (KAO; SCOTT, 2010).
A busca por uma reabilitação ideal, estética e funcional, tem levado a uma incessante procura por técnicas que disponibilizem osso para uma instalação segura dos implantes. O osso autógeno é considerado o padrão-ouro para enxertia e a busca por um substituto ósseo leva inúmeros pesquisadores a realizar muitos trabalhos científicos nesse campo (AL-NAWAS; SCHIEGNITZ, 2014).
Com o avanço tecnológico, diversos biomateriais têm sido desenvolvidos com o objetivo de viabilizar o aumento ósseo, diminuindo a necessidade de enxertos autógenos extensos. Muitos substitutos ósseos encontram-se no mercado, tais como: osso de banco de tecidos ósseos, hidroxiapatita, beta tricálcio-fosfato, osso liofilizado, vidro bioativo, entre outros; sendo que, apesar de apresentarem suas indicações, só possuem propriedades osteocondutoras, sem desempenhar a tão desejada função de osteoindução (RODEN JUNIOR, 2010).
A engenharia genética conseguiu isolar e reproduzir em laboratório a proteína humana responsável pela indução e regeneração óssea, a rhBMP-2 (proteína óssea morfogenética recombinante humana tipo 2), que atua na região onde foi implantada, estimulando a transformação de células mesenquimais indiferenciadas em osteoblastos, que induzirá a neoformação óssea, podendo tornar desnecessária a retirada de osso autógeno (URIST; DE LANGE; FINERMAN, 1983; URIST, 1965).
Apesar do alto custo da rhBMP-2/ACS (INFUSE®), inúmeras vantagens estão presentes nesse biomaterial, sobretudo a baixa morbidade cirúrgica e aceitação mais tranquila pelos pacientes, por permitir a instalação de implantes sem necessidade de um leito doador para enxertia.