Resumo
A reabilitação protética implanto-suportada de espaços edêntulos na região anterior da maxila é um desafio para o cirurgião-dentista. Para isso, o correto entendimento da posição tridimensional ideal do implante osseointegrado, a relação inter-arcos, proximidade de estruturas anatômicas nobres, fenótipo gengival e disponibilidade óssea são fatores determinates na seqüência da reabilitação (VIEIRA et al., 2006).
A estabilidade inicial é fundamental para evitar a formação de fibras ao redor do implante, que ocorre pelo excesso de micro-movimento na fase de cicatrização, havendo um limite de micro-movimentos tolerados, que varia entre 50μm e 150 μm (PIATELLI et al., 1998; GAPSKY et al., 2003).
A matriz de fibrina é primordial no processo de cicatrização. O L-PRF tem capacidade de regular a inflamação e de estimular o processo imunitário da quimiotaxia e, sendo um material autólogo, elimina qualquer risco de transmissão de doenças. Este material natural parece acelerar a cicatrização, além de que, quando em associação com enxertos ósseos, tende a acelerar a formação de novo osso. Ao mesmo tempo, tem uma função de proteção dos locais cirúrgicos e de biomateriais eventualmente implantados (DEL CORSO et al., 2010).
Um estudo que teve como objetivo avaliar o efeito do L-PRF sobre a regeneração óssea, quando utilizado como membrana de barreira local na osteotomia lateral de aumento de 12 seios, de seis pacientes que necessitavam de aumento bilateral do seio maxilar. Todos os pacientes foram enxertados com osso autógeno e material substituto do osso (Bio-Oss (®)) misturado em uma proporção de 1: 1 e foram cobertos em um desenho de boca dividida randomizada com L-PRF ou uma membrana de colágeno convencional (Bio-Gide (®)), respectivamente. Cinco meses depois, na inserção dos implantes dentários de titânio, foram coletadas amostras ósseas com broca trefina e avaliados histomorfometricamente. As duas membranas diferentes absorvíveis resultaram em uma quantidade semelhante de formação de osso (GASSLING et al., 2013).
O posicionamento do implante a nível ósseo ou infra ósseo tem uma relação direta com os espaços biológicos verticais e horizontais e o uso de pilares protéticos de menor diâmetro que a plataforma do implante, independentemente do tipo de conexão implante–pilar (FRANCISCHONE et al., 2010).
O sucesso de uma prótese sobre implante depende da criação da prótese em si e a harmonia dos tecidos periimplantares. Os implantes dentários são diferentes de dentes naturais em tamanho e forma no nível da crista óssea ao nível da mucosa. Após a remoção do tapa implante, a geometria do perfil do tecido é circular e não corresponde o redor dos dentes. Os incisivos têm um perfil de tecido mais triangular, o tecido mole tem de ser convertido em um perfil de tecido que está em harmonia com a dentição vizinha (WITTNEBEN et al., 2013).
Quando a colocação do implante é ideal, alterando o contorno crítico e subcrítico pode haver otimização do resultado clínico, criando um melhor perfil dos tecidos moles. O contorno subcriítico está localizado apical à área de contorno crítico, desde que tenha espaço suficiente para execução e pode ser de forma convexa, plana ou côncava. O contorno crítico desempenha um papel significativo no apoio da margem gengival. Corrigir o aparecimento de um processo alveolar reabsorvido requer preparação adequada local por meio de aumento abrangendo tecido duro, mole, ou uma combinação de ambos. Pequenos defeitos podem ser dirigidos por sobrecontornos e dentro de um contorno subcrítico vestibular fisiologicamente aceitável, fornecendo suporte para o tecido mole, sem alterar a posição da margem gengival (SU et al., 2009).
A localização da papila entre um dente natural e um implante, no entanto, é dependente do nível de inserção do dente adjacente e do tecido conjuntivo que é ligado ao dente natural. Estudos tem demonstrado que é possível a obtenção de até 4.5 mm de altura de papila entre dente e implante. Já a altura da papila interdental entre implantes adjacentes é determinada pela crista óssea ao ponto de contato interproximal e possivelmente, pelas fibras circulares numa média de 3.4 mm (SALAMA et al., 1998; TARNOW et al., 2003).
O objetivo deste caso clínico foi estabelecer um perfil de emergência adequado com nível de mucosa em harmonia com a gengiva do dente adjacente, área de contato proximal entre dentes adjacentes, definir a localização do zênite gengival e transformar o perfil peri-implantar numa forma triangular, seguindo o formato natural do dente.