Resumo
O esmalte dentário é o tecido mais mineralizado presente no corpo humano, sua formação ocorre em três etapas: formação da matriz celular, calcificação e maturação (PASSOS et al., 2007; RIBAS, 2004). Qualquer alteração ocorrida durante a formação poderá ficar registrada na superfície do tecido como anomalia de desenvolvimento (BRAGA, 2005; SANTOS et al., 2014), que pode afetar tanto a dentição decídua, como a permanente (PITHAN, 2002). Dentre as alterações, está presente a hipoplasia de esmalte com um índice de prevalência entre 11,1% e 15,2% em ambas as dentições (BONATO, 2010).
Esse defeito pode estar relacionado a distúrbios sistêmicos sofridos ainda durante a gestação, ou nos primeiros meses de vida (BEVILACQUA et al., 2010). A idade gestacional interfere na prevalência dos defeitos de esmalte dos dentes decíduos, sendo mais comum em crianças prematuras, em ambas as dentições, acometendo em maior prevalência a face vestibular dos dentes (MACEDO, 2003).
As opções de tratamento citadas na literatura ressaltam a necessidade de proteger o esmalte afetado através da aplicação tópica de fluoreto, em casos de sensibilidade, além de microabrasão do esmalte e restaurações diretas e indiretas em resina composta, ionômero de vidro e até coroas totais (BRAGA, 2005; PITHAN, 2002; PINHEIRO, 2003). O tratamento restaurador está indicado na presença de cavidades cariosas, risco de futuras lesões, comprometimento estético e sensibilidade dentinária (BRAGA, 2005).
O presente caso clínico tem como objetivo relatar diferentes abordagens na presença de hipoplasia de esmalte em dentes decíduos, visando o melhor prognóstico ao paciente, de acordo com a necessidade de cada dente.