Resumo
Muitos fatores podem influenciar no resultado estético e na qualidade do tecido ao redor dos implantes; os mais observados são: biótipo gengival (BG), altura e espessura do osso vestibular, posicionamento tridimensional do implante e o contorno do pilar protético das próteses provisória e definitiva. O posicionamento vestibular dos implantes é a principal causa das falhas estéticas (TSUDA et al., 2011).
Os pacientes com (BG) espesso e/ou linha de sorriso baixo (20% pacientes) podem prescindir de tratamentos extraordinários como os enxertos das mais diversas origens. Já para os indivíduos de (BG) fino e/ou linha de sorriso média (68%) ou alta (12%), muitos protocolos são discutidos para limitar as implicações estéticas causadas pela reabsorção/remodelação da tábua óssea vestibular, podendo ser tanto para tecido duro quanto mole. (ZUCCHELLI et al., 2013)
Enquanto a perda óssea pós-exodontia já está bem descrita, a mudança em espessura dos tecidos moles circunjacentes continua imprevisível. Isso dificulta sobremaneira definir qual será o volume ideal de tecidos duro e mole ao redor do implante para que se possa garantir a presença de papila semelhante ao do dente homólogo, assim como uma margem gengival esteticamente estável em longo prazo (ÖHRNELL et al., 2000).
Mesmo a reabsorção óssea mínima pode levar a deficiências no contorno gengival, que pode ser reparado por meio do aumento da espessura do tecido mole durante ou após a inserção do implante. A preservação do contorno alveolar normal é um passo crítico, ou mesmo um pré-requisito para o sucesso estético (BORGHETTI; MONNET-CORTI, 2002).
A técnica de enxerto conjuntivo subepitelial pediculado como meio de ganho quantitativo e qualitativo de tecido queratinizado para uma relação harmônica com a restauração protética pode ser uma alternativa às técnicas convencionais de enxerto de conjuntivo, sem a necessidade de área doadora (SAADE et al., 2015).
Quando há falta de tecido queratinizado devido a um BG fino, o planejamento cirúrgico deve determinar qual o melhor momento e maneira para a utilização dos enxertos de tecido mole, antes, durante ou após a instalação dos implantes (BORGHETTI; MONNET-CORTI, 2002).
Os procedimentos de aumento tecidual através de Enxerto de tecido Conjuntivo Subepitelial (ECS), com a intenção de melhorar a quantidade e a qualidade dos tecidos moles peri-implantares, principalmente nos casos de (BG) fino e sorriso alto, têm mostrado alto índice de sucesso na recriação e preservação dos níveis teciduais quando realizados em conjunto com a instalação do implante ou previamente à instalação do pilar protético definitivo (YOHINO et al., 2014).
Estudos demonstram que a associação de enxerto de tecido conjuntivo no momento da instalação dos implantes imediatos, associados ou não a uma prótese provisória imediata, pode ser uma abordagem confiável e previsível quanto à compensação da perda de volume tecidual (PALACCI; NOWZARI, 2008). Este procedimento mantém, também, o nível e a arquitetura da margem gengival vestibular, diminuindo o risco de recessão marginal e aumentando, dessa forma, a espessura de tecido mole (YOHINO et al., 2014). Tal solução esconde o material restaurador subjacente, e contribui com os resultados estéticos ao longo do tempo (WIESNER et al., 2010).
O conhecimento dos fatores anteriormente descritos, associados aos enxertos de tecido conjuntivo subepitelial, com finalidade de preservar e/ou compensar as perdas teciduais, podem não somente melhorar, como também simplificar o tratamento com implantes nessas áreas (SAADE et al., 2015).
A técnica descrita a seguir proporciona a correção da perda tecidual e harmonização estética sem a necessidade de área doadora de tecido conjuntivo.