Resumo
As extrações dentárias na Ortodontia são muito discutidas desde seu início. Ruellas et al., em 2010, defenderam a ideia que todos os 32 dentes podem ser posicionados adequadamente na arcada dentária, já Case em 1903 sustentou que alguns casos seriam precisos a exodontia de elementos para ser finalizado com todos os dentes erupcionados bem posicionados. Rizzatto et al., em 2004, nos mostraram que a exodontia dos pré-molares são as mais indicadas na Ortodontia.
Mezomo et al., em 2010, nos apresentaram uma alternativa viável para o tratamento ortodôntico das más oclusões de Classe II, com a extração de segundos molares superiores. Essa opção de conduzir o tratamento resulta em uma maior rapidez na distalização dos primeiros molares, não necessitando de muita cooperação do paciente.
WHITNEY E SINCLAIR (1987) preconizaram extrações de quatro segundos molares permanentes em casos de má oclusão de Classe I de Angle, com perfil facial satisfatório, apinhamento pequeno e moderado, com o intuito de aproveitar os espaços para resolver o apinhamento anterior, sem prejudicar o perfil facial, proporcionando espaço para a erupção dos terceiros molares. Basdra, Stellzig e Komposch (1996) mostraram casos de extração de segundos molares superiores, resultados com efeitos significativos no perfil dos tecidos moles. Em 19 casos examinados após quatro anos de contenção, os terceiros molares superiores entraram em oclusão com um ponto de contato mesial e inclinação axial mesiodistal aceitável.
BISHARA & BURKEY (1986) sugerem fortemente o método de tratamento ortodôntico de Classe II com a extração de segundos molares. Diminui apinhamento na parte posterior do arco, causa uma erupção mais rápida dos terceiros molares, diminui o número de terceiros molares não irrompidos e/ou impactados, facilita o tratamento, reduz a quantidade e duração da terapia com aparelhos fixos ou removíveis, previne a aparência côncava da face no final do crescimento facial, oferece menos probabilidade de recidiva em comparação com outros esquemas de extração e melhora a forma do arco mandibular e a oclusão funcional.
STAGGERS (1990) estudou a comparação de resultados no tratamento com extração de primeiros pré-molares superiores e segundos molares superiores. A análise dos dados cefalométricos demonstrou algumas diferenças estatísticas entre os grupos. Os incisivos superiores, inferiores e os lábios inferiores no grupo pré-molar foram mais retraídos do que no grupo do segundo molar. Os primeiros molares superiores e inferiores foram mais prolongados no grupo pré-molar do que no grupo do segundo molar.
ZANELATO, TREVISI E ZANELATO, em 2000, afirmaram que a exodontia do segundo molar superior é positivamente indicada para a correção de problemas de Classe II, divisão 1ª, no caso que haja grande inclinação vestibular dos incisivos superiores sem diastemas, sobremordida mínima, e ressaltam que o efeito dentoalveolar da exodontia dos segundos molares resulta na rotação horária do arco da maxila, favorecendo o fechamento da mordida aberta. Exaltaram a extrema importância, antes de conduzir o tratamento com a exodontia do segundo molar, da avaliação de formação, posição intraóssea e morfologia do terceiro molar, sendo rigorosamente realizada para diminuir riscos, em relação ao posicionamento de erupção do terceiro molar no lugar do segundo molar extraído. Constataram que a fase ideal para extrair os segundos molares superiores é quando o germe do terceiro molar se encontra com a coroa formada e a raiz iniciando o processo de rizogênese. Afirmaram que as radiografias panorâmicas oferecem grande confiabilidade nos diagnósticos, podendo ser complementado por radiografias periapicais que sofrem menos distorções da imagem para constatar essa fase ideal.
Aqui é apresentado um caso clínico de um paciente adolescente com maloclusão de Classe II com biprotrusão, ao qual foi submetido à exodontia atípica dos segundos molares superiores, a fim de corrigir a biprotrusão.