Resumo
A necessidade crescente por tratamentos restauradores estéticos e avanços na Odontologia adesiva potencializaram a busca por materiais e técnicas que restauram a aparência natural do dente, restabelecendo melhorias no sorriso e na qualidade de vida dos pacientes. (SINHORI et al., 2016; MINGLAU et al., 2015)
O cirurgião dentista é diariamente desafiado na construção e modificação da estética do sorriso, tendo que, com materiais artificiais substituir a estrutura dental e conservar a harmonia e o aspecto natural. Um ponto fundamental nesse processo é a seleção do material restaurador utilizado. Para chegar ao resultado estético e funcional desejado, o cirurgião dentista pode optar por diversas formas de tratamento, como no caso das restaurações diretas de resina composta e as restaurações indiretas de cerâmica. (VALMORBIDA, 2015)
A presença de diastemas pode estar relacionada a problemas oclusais como anomalias dentárias, estruturas ósseas anormais, hábitos parafuncionais e agenesias dentais. Para a correção dos diastemas existe uma ampla opção de tratamentos, como restaurações adesivas diretas de resina composta, restaurações indiretas de cerâmica, ortodontia e implantodontia. Entretanto, muitas vezes o tratamento ortodôntico isolado não é suficiente para a aproximação ideal dos dentes (contato interproximal), sendo necessária a correção estética subsequente à ortodontia, com o planejamento de uma restauração a fim de reanatomizar o dente envolvido. (SINHORI et al., 2016)
A utilização de restaurações diretas em resina composta em dentes anteriores têm sua indicação associada a uma maior preservação dental, um menor tempo clínico para sua execução, um custo inferior, além de possuírem uma excelente estética aliada à boa longevidade clínica. Porém, por mais que tenham ocorrido evoluções nas propriedades desse material a instabilidade de cor é uma grande limitação desse material a longo prazo. (SINHORI et al., 2016; VALMORBIDA, 2015)
Entre as várias opções de tratamento com finalidades estéticas, as porcelanas apresentam uma opção restauradora mais duradoura e previsível em comparação às resinas compostas de uso direto, quando se trata da avaliação em longo prazo relacionada a resistência, textura, cor, brilho das restaurações, possibilidade de proporcionar um menor desgaste de estruturas dentárias comparadas às coroas totais (CUNHA et al., 2014).
Os laminados cerâmicos evoluíram ao longo das várias décadas se tornando uma das mais populares ferramentas de restauração em odontologia estética por possuir biomimetismo com o esmalte, na medida em que apresentam uma elevada biocompatibilidade e uma estabilidade de cor, longevidade e resistência compatíveis com o material dentário. (SILVA, 2018). Podendo ser empregados em casos de preparos minimamente invasivos ou até mesmo sem desgaste dental, os quais preservam a estrutura, além de dar previsibilidade e segurança durante a realização da técnica. (SINHORI et al., 2016)
PEUMANS et al. (2000), em uma revisão cuidadosa da literatura, concluíram que estudos laboratoriais e clínicos indicam que os laminados cerâmicos são restaurações duráveis, que resistem a situações clínicas quando corretamente indicadas.
Entre essas situações clínicas que causam desconforto para os pacientes e que indicam um tratamento odontológico estético, destacam-se dentes anteriores malformados, descoloridos, desalinhados, traumatizados, fraturados e desgastados. (HARALUR, 2018; VANLIOĞLU; KULAK-ÖZKAN, 2014)
As facetas indiretas são confeccionas em cerâmica, e dentre os materiais cerâmicos, destaca-se a cerâmica de dissicato de lítio, por apresentar resistência mecânica e estética aceitáveis, além de possibilitar a cimentação adesiva, pois é uma cerâmica do tipo ácido- sensível (WANG et al., 2015).
Sendo assim, neste caso clínico, será apresentado a confecção de laminados cerâmicos de dissilicato de lítio indicados para os incisivos centrais e laterais superiores com o objetivo de fechar diastemas, proporcionando harmonia, aparência e naturalidade estética do sorriso.