Resumo
Fibroma ossificante central (FOC) é uma neoplasia fibro-óssea benigna inicialmente descrita por Menzel em 1872, que considerava essa patologia uma variante do osteoma (BAUMANN et al., 2005).
A Organização Mundial da Saúde, em sua classificação de 2017, alocou o FOC como tumor de origem odontogênica, separando-o da displasia fibrosa e das displasias cemento-ósseas (TOLENTINO, 2018; WRIGHT; VERED, 2017).
O FOC também é chamado de fibroma cementificante ou fibroma cemento-ossificante por apresentar um tecido fibrocelular composto de material mineralizado que microscopicamente apresenta trabéculas ou esférulas de material ósseo ou cementoide em estroma de tecido conjuntivo fibroso (CHAN et al., 2017).
O FOC acomete em sua maioria mulheres (com proporção variando de 2:17 a 5:111), entre a segunda e quarta década de vida, mais comumente na região posterior de mandíbula e possui como característica um crescimento volumétrico lento e indolor.
O seu diagnóstico é feito, muitas vezes, por meio de exames de imagem. Radiograficamente, a lesão se apresenta como área uni ou multilocular radiolúcida bem delimitada, que evolui para área radiolúcida com calcificações intralesionais e que, se não tratada, pode se tornar lesão predominantemente radiopaca com discreto halo radiolúcido em sua periferia (YOKOYAMA et al., 2018).
O tratamento para o FCO é a remoção cirúrgica por meio de enucleação, por meio da qual, na maioria das vezes, a lesão é facilmente destacada do osso. Nos casos de lesões extensas, podem ser necessários os procedimentos de reconstrução com placas e parafusos de titânio (KHARSAN et al., 2018).
O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico em que foi realizado o tratamento cirúrgico de um FCO localizado em corpo da mandíbula à direita e imediata reconstrução com enxerto autógeno de crista ilíaca.