Resumo
Segundo a Academia Americana de Dor Orofacial (AAOP), a DTM é definida como um conjunto de distúrbios que envolvem os músculos da mastigação, a articulação temporomandibular (ATM) e estruturas associadas.
Os sintomas mais frequentes relatados pelos pacientes são dores na face, ATM e/ou músculos mastigatórios, dores na cabeça, como também manifestações otológicas como zumbido, plenitude auricular e vertigem (LEEUW; KLASSER, 2018).
Diversos estudos concluem que a DTM tem origem multifatorial, sendo importante uma anamnese completa para identificação de fatores predisponentes (que aumentam o risco da DTM), fatores iniciadores (que causam a instalação das DTMs) e fatores perpetuantes (que interferem no controle da patologia). Dentre os mais relevantes fatores associados à DTM, está o microtrauma, provocado por sobrecargas contínuas ao “sistema da mastigação” por meio de desequilíbrios posturais ou hábitos parafuncionais, como apertamento dentário, mordedura de lábios e posturas anormais da mandíbula (CHISNOIU et al., 2015; RIKMASARI et al., 2017; LEEUW; KLASSER, 2018).
A gravidade dos sintomas tem correlação com a qualidade de vida, estados emocionais e má qualidade do sono, onde estas alterações podem influenciar na terapêutica que desconsidere esta interação (LUCENA et al., 2012; RENER-SITAR et al., 2016; NATU et al., 2018; CRUZ E LAAT, 2019).
A literatura científica tem demonstrado que as modalidades comportamentais e educacionais são opções efetivas no tratamento de condições de dor crônica, inclusive da DTM e que técnicas como biofeedback vêm sendo utilizadas para terapia única ou em combinação com as mesmas para controle da dor nesses indivíduos (SPIEMAN et al., 2008; CRIDER et al., 2015; LOVATO et al., 2018).
Biofeedback é uma técnica que permite, por meio de instrumentos eletrônicos ou eletromecânicos, de forma analógica ou digital, sonora e/ou visual, captar sinais vitais ou biológicos que ao serem percebidos promovam uma autorregulação, da qual os pacientes aprendem a controlar voluntariamente o que antes se pensava serem processos involuntários do corpo. Deve ser realizada por um profissional treinado ao emprego do biofeedback, fornecendo informações aos indivíduos sobre suas funções corporais com a intenção de promover mudanças em seu comportamento, resultando em prevenção ou diminuição de seus sintomas (FRANK et al., 2010; SILVA et al., 2016; MATSUOKA et al., 2017).
Estudos vêm demonstrando a eficácia deste método, isolado ou em combinação com outras técnicas conservadoras, para controle dos hábitos parafuncionais orais e dor dos pacientes (CRIDER et al., 2005; GATCHEL et al., 2006, CRIADO et al., 2016; SILVA et al., 2016; RANDHAWA et al., 2016; GIL-MARTÍNEZ et al., 2018).
O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da técnica de biofeedback audiovisual sobre a intensidade de dor e qualidade do sono em paciente com disfunção temporomandibular muscular.