Resumo
A longevidade de implantes dentários depende da integração entre os componentes do implante e os tecidos de suporte (OH et al., 2002), no entanto, reabsorções ósseas têm sido frequentemente relatadas após 1 ano de função do implante (ADELL, et al., 1981; TARNOW et al., 2003). Os fatores mais comuns para a perda óssea são sobrecarga oclusal (ADELL et al., 1981; OKUMURA et al., 2010), contaminação no espaço entre o pilar e o implante (BERGLUNDH et al., 1991; JUNG et al., 2008), formação de inserção biológica (ERICSSON et al.; 1992; ABRAHAMSSON et al., 1998), design do colo do implante (JUNG et al., 2008), trauma cirúrgico, peri-implantite (OH et al., 2002), e biótipo gengival (ADELL et al., 1981).
Vários estudos têm demonstrado uma média de perda óssea marginal, em torno dos implantes dentários, de 1,5 a 2 mm no primeiro ano após o implante em função (ADELL et al., 1981; HERMANN et al., 2000). Algumas observações clínicas têm demonstrado que a reabsorção óssea é menor ao redor do colo dos implantes quando é possível instalar um pilar protético de diâmetro menor que a plataforma do implante, sendo então denominada de plataforma switching (GARDNER, 2005). De acordo com o estudo realizado por Lazzara e Porter (2006), por meio desta técnica é possível distanciar a junção implante/abutment (GAP) da crista óssea, em direção ao centro do implante, deslocando o infiltrado bacteriano existente neste tipo de conexão mais distante da crista óssea para o centro do implante. Isto reduziria o fenômeno biológico conhecido como saucerização e favoreceria a estética por meio da manutenção dos tecidos peri-implantares. Estudos recentes mostraram, também, que quando utilizado o modelo de plataforma switching, existe uma mudança nas distribuições de tensões a partir do pilar do implante e no osso ao redor do colo do implante, quando ocorre o carregamento oclusal (MAEDA et al., 2007).
Adicionalmente, a instalação imediata de implantes tem sido sugerida com o objetivo de preservar a arquitetura do rebordo alveolar residual (BALSHI; WOLFINGER; BALSHI, 2005). Como vantagens da implantação imediata pode-se considerar: eliminação do período de espera para regeneração do tecido periodontal, manutenção da dimensão do alvéolo, eliminação da segunda cirurgia para implantação e, especialmente, a diminuição no tempo de tratamento, fato este que diminui custo e aumenta a aceitabilidade por parte do paciente (BARZILAY, 1993).
A instalação de implantes imediatos em locais cronicamente infectados ainda é controversa, porém não é contraindicada, desde que procedimentos clínicos pré e pós-operatório sejam cuidadosamente realizados, como administração de antibiótico, limpeza meticulosa e debridamento alveolar antes da instalação do implante (NAYAMAN et al., 1990). A associação entre o correto diagnóstico clínico/radiográfico e procedimentos cuidadosos, cirúrgicos e protéticos, é primordial para o sucesso em casos em que a opção pela implantação imediata em locais cronicamente infectados seja o plano de tratamento eleito (THOMÉ et al., 2007).