Resumo
Durante o processo de cicatrização fisiológica após a extração dentária, a perda óssea resultará em uma crista reduzida nas dimensões vertical e horizontal. Essas alterações da cavidade alveolar podem limitar a disponibilidade óssea, afetando as condições ideais para a colocação do implante (SICILIANO et al., 2017).
O processo de reabsorção varia entre pacientes e posição do dente, podendo ser afetada por vários fatores, tais como a presença de infecção, doença periodontal, extensão de eventual lesão traumática e número ou espessura das paredes ósseas (MACBETH et al., 2016).
Tendo em vista que a redução da crista em regiões anteriores é quase duas vezes mais pronunciada em comparação a regiões posteriores (ARAÚJO et al., 2014), têm sido propostas várias estratégias de instalação de implantes. Entre elas, a colocação imediata, introduzida no final da década de 1970, por Schulte e Heimke, estando associada à prevenção de reabsorção óssea bucal, encurtamento do tempo de tratamento, com o benefício de evitar a ausência de dentes.
Colocação imediata do implante em dentes anteriores, contudo, pode demandar aumento ósseo, devido a defeitos da parede óssea bucal. Para isso, são utilizados materiais de enxerto sob a forma de osso autógeno, alogênico, xenogênico e materiais aloplásticos (WU et al., 2019).
O aumento de tecidos moles por enxerto ao redor de implantes foi recentemente investigado. No passado, as principais preocupações em enxertar tecidos moles eram as seguintes:
- Aumentar a espessura e a largura do tecido queratinizado vestibular ao implante durante a segunda etapa da cirurgia, com o objetivo de prevenir a recessão gengival, melhorar a manutenção da higiene, aumentando o conforto do paciente;
- Tratamento da recessão gengival e cobertura das margens da coroa e superfícies dos implantes;
- Impedir a perda de volume no lado labial quando os implantes são colocados imediatamente após a extração dentária na zona estética, associada a um enxerto de biomaterial no espaço residual ou sem preenchimento de lacunas.
Com base no atual conhecimento de que enxertos de tecidos moles podem melhorar a espessura e a estética da gengiva (TIRONE; SALZANO, 2018), este relato de caso visa a descrever a instalação de implante e provisionalização imediatos e enxerto de tecido conjuntivo.