Resumo
Na Odontologia atual busca-se a simplificação dos protocolos clínicos, especialmente na Implantodontia, para redução do número de intervenções cirúrgicas e da duração total do tempo de tratamento, melhorando assim a aceitação do paciente. Dessa forma, numerosos estudos têm demonstrado a viabilidade e a previsibilidade dos implantes imediatos com carga ou restauração imediatas. Em geral, os resultados publicados indicam que o desempenho global pode ser semelhante ao documentado para o implante tradicional (GLAUSER et al., 2007).
Após a exodontia, o padrão natural de reabsorção óssea geralmente resulta em cristas deficientes, o que pode ser um problema para a colocação do implante futuro. A colocação de implantes em alvéolos frescos, imediatamente após a extração do dente, é considerada um tratamento previsível e aceitável (HASSAN; KASSIM; OGALY, 2008). Inclusive em locais onde a perda dentária decorreu de complicação endodôntica e fratura radicular (PECORA et al., 1996).
As indicações para extração e instalação dos implantes imediatos são: dentes com doenças periodontais graves, fraturas e reabsorções radiculares, cáries avançadas abaixo da margem óssea ou gengival e dentes com tratamentos endodônticos irreversíveis. Como contraindicação têm-se dentes com supuração e infecção periapical extensa, embora já se tenha obtido resultados satisfatórios relacionados à instalação imediata de implantes em alvéolos infectados cronicamente (BECKER et al., 1998).
De acordo com Botticelli, Berglundh e Tlindhe (1998), a reabsorção horizontal da dimensão do osso vestibular chegou em torno de 56%. Por isso, quando se realiza uma implantação imediata, pode ser vantajoso preencher o espaço entre o implante e a parede óssea vestibular com um substituto ósseo de reabsorção lenta, tal como um osso heterógeno ou um osso autógeno, a fim de reduzir a reabsorção. Isso é particularmente importante porque cerca de 90% das paredes ósseas vestibulares na região estética apresentam uma espessura inferior a 1 mm (HUYNH, et al. 2010). Nestes casos, é necessário um aumento que completará o preenchimento do espaço, independentemente da espessura da parede óssea. Sem o preenchimento do espaço, uma cicatrização adequada do defeito pode ser esperada apenas em alvéolos com paredes ósseas mais grossas.
Segundo HERMANN et al. (2001), o posicionamento tridimensional da interface implante-abutment em relação ao processo alveolar e aos elementos dentários adjacentes estabelece as condições sob as quais se formará o espaço biológico ao redor do implante, interferindo, desta forma, na morfologia estética e fisiologia do tecido peri-implantar.
Este procedimento deve ser minimamente invasivo, sem elevação do retalho sempre que possível, pois evita a formação de cicatrizes e queloides, reduz a perda óssea vestibular, a morbidade cirúrgica e os números de suturas, mas requer um conhecimento absoluto da anatomia da região que será operada (ATAULLAH et al., 2008).
De acordo com Ottoni et al. (2005), para a instalação de provisório imediato sobre o implante, devemos considerar o tipo de defeito no tecido mole, o torque final do implante e a oclusão do paciente. O torque deve ser aferido ao concluir a inserção do implante. Torques inferiores a 32N/cm devem ser evitados à profissionalização imediata.