Resumo
O presente estudo tem como tema indicações e contraindicações dos aparelhos tipo Hyrax e Haas na expansão rápida da maxila. A Expansão Rápida da Maxila é um procedimento utilizado, segundo Haas (1961), para correção de mordidas cruzadas posteriores causadas por deficiência transversal da maxila. Para se concluir um tratamento ortopédico é necessário obter dentes verticalizados, raízes paralelas e mínimos danos às estruturas de suporte e dentárias.
Haas (1961) citou que tratamento da atresia das maxilas consiste na expansão rápida maxilar para possibilitar um descruzamento posterior da mordida. Em indivíduos adultos, que já completaram a ossificação da sutura palatina mediana, o tratamento envolve disjunção ortodôntica-ortopédica assistida cirurgicamente das maxilas para permitir seu subsequente afastamento por um dispositivo ortodôntico.
Moyers (1988) afirmou que o diagnóstico diferencial das mordidas cruzadas é de fundamental importância no planejamento do tratamento. Quando diagnosticado que a mordida cruzada posterior é esquelética, o tratamento mais indicado é a disjunção maxilar, que numa fase precoce possibilita que o crescimento e desenvolvimento transversal entrem no seu curso normal, e como consequência tem-se a evolução correta da oclusão e o equilíbrio muscular normalizado, o que resultará na estabilidade do tratamento.
Araújo (1999) afirmou que a mordida cruzada posterior é uma má oclusão frequentemente encontrada na infância e que necessita de intervenção precoce. O tratamento precoce pode evitar desvios de crescimento e desenvolvimento da face, que trariam como consequência as assimetrias faciais. Alguns fatores etiológicos podem ser a retenção prolongada de dentes decíduos ou raízes residuais, padrão de irrupção dentária, hábitos viciosos, posição ao dormir, problemas respiratórios, deficiência de crescimento lateral da maxila determinada geneticamente, pressão atípica da língua, más formações congênitas de lábio e/ou palato e interferências oclusais. Todos esses fatores agindo isolados ou conjuntamente, associados à duração, frequência e intensidade, são responsáveis pela determinação dos tipos de mordidas cruzadas posteriores.
Fonseca (2000) citou que a correção das discrepâncias transversais maxilomandibulares consiste em um dos primeiros passos no tratamento ortodôntico e em um fator determinante para uma oclusão estável e funcional. Segundo o autor, a incidência dessa deformidade está em torno de 8 a 18%, e um diagnóstico preciso é fundamental para o sucesso do tratamento.
Com o objetivo do tratamento das mordidas cruzadas, diferentes aparelhos disjuntores têm sido utilizados com resultados semelhantes, dentre eles, iremos destacar os aparelhos Hyrax e Haas que possuem as mesmas funções, porém com formas e sistemas de ancoragem que se diferem, apresentando assim indicações e contraindicações.
No presente estudo iremos conhecer efeitos da expansão rápida sobre maxila e mandíbula no sentido vertical e anteroposterior; contraindicações dos aparelhos em indivíduos que divergem esqueleticamente e, ao final, estabelecer um paralelo entre os disjuntores Hyrax e Haas. A metodologia utilizada será uma revisão da literatura para responder à seguinte questão: qual a melhor aparatologia para expansão rápida da maxila: Hyrax ou Haas?
Dessa forma, espera-se que este caso clínico possa fornecer informações importantes para uma melhor escolha diante da eficácia das técnicas a serem empregadas, visando atender as características de cada profissional, seus sistemas e suas filosofias.