Resumo
Diversos fatores podem influenciar no desequilíbrio funcional do sistema estomatognático e na biomecânica da ATM, iniciando assim as DTMs, dores e ruídos articulares (MARTINS et al., 2008).
A disfunção temporomandibular (DTM) é uma das desordens mais comuns da região bucomaxilofacial e possui etiologia multifatorial. Pode-se incluir: lesão traumática direta ou indireta, distúrbios imunológicos, neoplasias, estresse, alterações posturais, hábitos parafuncionais, funcionamento anormal dos músculos da mastigação, alterações na estrutura da ATM, ou uma combinação desses fatores (JAIN et al., 2018).
Em pacientes adultos é comum pacientes com DTM apresentarem queixas, destacando-se a dor, tanto articular quanto muscular, ruídos articulares, dor articular e cefaleia. Além disso, é comum problemas relacionados à mastigação e travamento mandibular (OUANOUNOU et al., 2017).
Essa condição deve ser diagnosticada devidamente para um tratamento ser eficaz. A palpação digital é o método mais utilizado e aceito para avaliar as condições da musculatura estomatognática, sendo possível identificar anormalidades musculares. Com as faces palmares dos dedos indicador e médio, deve-se aplicar de 4 a 5 libras de pressão sobre as fibras musculares (até a ponta dos dedos abaixo das unhas ficarem esbranquiçadas) a fim de se procurar anormalidades, tensões musculares e possíveis “trigger points”, que são resultantes de atividade muscular motora anormal levando à liberação excessiva de acetilcolina. ATM também deve ser acessada por palpação, verifica-se a localização do côndilo mandibular na área anterior do trágus do ouvido, solicitando que o paciente abra e feche a boca várias vezes para se sentir o aspecto do movimento lateral. O paciente deve apertar os dentes para permitir o posicionamento da ponta dos dedos. Se a contração muscular é sentida, é provável que os dedos estejam na área da porção profunda do músculo masseter e não na lateral do côndilo. Além disso, crepitação e estalidos podem ser verificados com a palpação ou utilizando um estetoscópio (BENDER, 2012).
Entre os instrumentos utilizados, o DC/TMD eixo I por ter a maior parte de suas propriedades psicométricas e acurácia verificadas, o mesmo tem demonstrado um alto grau de confiabilidade para os diagnósticos mais comuns de DTM (SCHIFFMAN et al., 2014).
No manejo da DTM a efetividade de exercícios vem sendo reportada na literatura, onde normalmente se identifica uma redução significativa da dor até 4 semanas após o fim do tratamento (KULEKCIOGLU et al., 2003).