Resumo
A expansão rápida da maxila é usada como uma modalidade de tratamento eficaz para o crescimento maxilar de pacientes desde a sua introdução por Angell em 1860 (SEONG et al., 2018), e tem sido amplamente utilizada no campo da ortodontia, desde os meados dos anos de 1960 (PARK et al., 2017).
Dados do último levantamento epidemiológico nacional de saúde bucal, o SB Brasil 2010 (Pesquisa Nacional de Saúde Bucal), indicou a prevalência de mordida cruzada posterior em 21,9% dos indivíduos brasileiros com idade de até 5 anos (NOJIMA et al., 2018), e de 8% a 23% na dentição decídua e mista, e menos de 10% em pacientes adultos norte americanos (MACGINNIS et al., 2014).
Se não for tratada a tempo, pode agravar e evoluir para uma maloclusão mais complexa, dificultando o crescimento e desenvolvimento facial. Para além das consequências oclusais, a deficiência pode levar a problemas respiratórios graves, bem como, à consequente constrição nasal, geralmente associada. Em pacientes em crescimento, esta condição pode ser facilmente manuseada com uma expansão rápida convencional. No entanto, pacientes adultos são frequentemente sujeitos a um procedimento mais invasivo, a expansão rápida cirurgicamente assistida. Mais recentemente, pesquisas têm demonstrado que é possível expandir a maxila em pacientes adultos sem a realização de osteotomias, mas usando mini-implantes como ancoragem. Esta técnica é chamada de expansão rápida da maxila assistida por mini-implante (MARPE) (BRUNETTO et al., 2017).
O MARPE é uma modificação simples de um disjuntor palatino convencional. A principal diferença é a incorporação de mini-implantes no disjuntor palatino para assegurar a expansão do osso basal minimizando os efeitos colaterais dento-alveolares (MACGINNIS et al., 2014). O objetivo desse relato de caso é demonstrar a eficiência e segurança na expansão rápida da maxila com auxílio do MARPE, em paciente jovem adulto.