Resumo
As moldagens com elastômeros vêm sendo empregadas na Odontologia há mais de 70 anos e embora os profissionais tenham se adequado a esta, essa técnica demanda tempo e desconforto por grande parte dos pacientes, principalmente quando falamos de pacientes pediátricos. As tecnologias 3D de scanner digital surgiram como uma alternativa com inúmeras vantagens quando pensamos em procedimentos que envolvam reabilitação oral ou Ortodontia na Odontopediatria (POLIDO, 2010).
A moldagem é uma prática que reproduz estruturas dentárias, tecidos moles e duros e exige demanda técnica do cirurgião-dentista. Com o uso crescente de sistemas de moldagem digital intraoral, a substituição da moldagem convencional tornou-se possível (CARDOSO et al., 2018).
Recentemente, o uso de scanners intraorais permitiu a aquisição de modelos digitais feitos diretamente na boca do paciente (YUN et al., 2018).
Essas imagens obtidas por meio do scanner digital são utilizadas principalmente em diagnóstico e planejamento de casos clínicos, mas podem também ser impressas, materializando-se em modelos a serem utilizados (BOSIO; SANTO; JACOB, 2017).
O scanner intraoral para uso clínico é um dispositivo de mão com uma ponta que projeta luz ou laser, capaz de capturar pontos diferentes na cavidade bucal sem a necessidade de uso de produtos que recubram os dentes (SILVA; ROCHA, 2015, on-line). O escaneamento digital intraoral melhora a comunicação entre profissionais e laboratórios de prótese, reduzindo os espaços físicos necessários para o arquivamento dos modelos de gesso, pela possibilidade do armazenamento das moldagens em formato digital (POLIDO, 2010; ABDUO; ELSEYOUFI, 2018).
Na ortodontia, os modelos digitais podem contribuir para o processo diagnóstico facilitando a determinação do formato e tamanho das arcadas dentárias, quantidade de apinhamento, trespasses verticais e horizontais e ainda o tipo de mal oclusão, discrepâncias de tamanho dentário, simulação de tratamento, e posicionamento de braquetes, podendo contribuir ainda para a determinação dos sítios de colocação de implantes de ancoragem provisória ou mini implantes (BOSIO; SANTO; JACOB, 2017).
Os modelos digitais apresentam precisão e confiabilidade aceitáveis para serem aplicados como método de diagnóstico, além de auxiliar no planejamento ortodôntico, e possibilidade de inter-relação com outros arquivos digitais (CAMARDELLA et al., 2014).
Uma das grandes dificuldades encontradas em consultório constitui-se na moldagem dos pacientes pela técnica convencional com materiais hidrocoloides, pelo desconforto causado ao paciente. As técnicas de moldagem intra orais possibilitam minimizar este desconforto, e agiliza os atendimentos, reduzindo retornos e retratamentos, facilitando o condicionamento odontopediátrico (POLIDO, 2010).
Avanços recentes na tecnologia de imagem tridimensional permitiu a transição para modelos digitais em prol da eficiência, simplicidade de uso, durabilidade e economia de armazenamento (BURHARDT et al., 2016).
Embora a implantação da técnica de moldagem intraoral demande custos e uma curva de aprendizado, a redução do tempo de trabalho aliado à praticidade, simplificação do processo e conforto para o paciente constituem-se vantagens que justificam sua crescente demanda no mercado odontológico (MANGANO et al., 2017).
Este trabalho visa relatar um caso clínico sobre escaneamento digital em Odontopediatria.