Resumo
O uso de implantes osseointegráveis foi introduzido na Odontologia por Bränemark para o tratamento de pacientes totalmente desdentados, bem como, para casos parciais e unitários.
O sucesso do tratamento com implantes, depende, diretamente, de um plano de tratamento corretamente idealizado. Este planejamento, leva em consideração, princípios estéticos, funcionais e biomecânicos para a obtenção do posicionamento ideal do implante, permitindo ao cirurgião-dentista ter uma ideia do tipo de prótese que utilizará: cimentada ou parafusada (NEVES, 2006; BERGENBLOCK et al., 2012).
A vantagem mais relevante das próteses parafusadas em relação
às cimentadas é a sua facilidade de remoção, sempre que se fizer necessária (WEBER et al., 2006). Porém, há necessidade de se restaurar a abertura do parafuso passante e, em casos com desvio no posicionamento ideal do implante, pode deixar a restauração com problemas estéticos se a prótese parafusada for usada (MENDES et al., 2010). Já nas próteses cimentadas, a principal desvantagem é a dificuldade de remoção dos excessos do agente cimentante no interior da mucosa, podendo levar a uma perda óssea peri-implantar (STRONG, 2008)
Para eliminar os problemas de estética nas próteses unitárias parafusadas, Winston et al. (1998) sugeriram a utilização de componentes pré-angulados e parafuso lateral. A utilização desta técnica permitirá a remoção previsível das restaurações cimentadas sem danificar a prótese ou o pilar.
Segundo trabalho de Sartori et al. (2012), de 23% das intercorrências protéticas relatadas, 21% destas foram de afrouxamento de parafusos. Assim, surgiu outra alternativa protética, a conexão “locking taper”, que consiste em uma conexão cônica com inclinação de 1-1,5 grau entre o pilar protético e o implante, sem parafuso, unidos friccionalmente por uma soldadura fria entre os metais. A ausência de parafuso torna este tipo de conexão mais versátil, porque possibilita uma cimentação extra oral das coroas metalocerâmicas nos pilares protéticos e torna a inserção do conjunto coroa-pilar livres de excesso de cimento (BELTRÁN et al., 2010).
Este capítulo ilustra a sequência clínica do uso do componente protético FRICCIONAL FIT (FF), sendo uma nova técnica de fixação de coroas unitárias sobre implantes por meio de fricção, sem precisar de parafuso ou cimento em boca (figura 1).