Resumo
Centenas de análises cefalométricas foram criadas com o intuito de melhorar o processo de diagnóstico e planejamento ortodôntico, mostrando assim a evolução do pensamento, da necessidade de uma melhor definição dos problemas e, especialmente, a insatisfação dos ortodontistas com os dados obtidos nas análises cefalométricas e sua relação com a prática clínica.
Uma das maiores dificuldades relacionadas ao diagnóstico convencional em ortodontia é a representação de estruturas tridimensionais em uma película de raio-X bidimensional, o que deixa as imagens sujeitas a distorções (PORTO et al., 2014) e especialmente prejudicando na avaliação e mensuração das assimetrias (NUR; ÇAKAN; ARUN, 2016). A tomografia computadorizada é reconhecida por permitir análises tridimensionais sem o inconveniente das sobreposições, sendo o tomógrafo mais usado para fins odontológicos o de feixe cônico (TCFC). Tais equipamentos, criados por Mozzo et al. (1998) no final da década de 1990, recebem desde aquela época atualizações que os vêm tornando mais rápidos, mais compactos e mais acessíveis economicamente, possibilitando assim a redução dos custos dos exames.
A evolução dos sensores e dos computadores que fazem o processamento computadorizado das informações geradas na captação tem diminuído a quantidade de radiação necessária para a geração das imagens. Entretanto, ainda são doses elevadas quando comparadas a outros métodos de diagnóstico por imagem em Odontologia (SUOMALAINEN; PAKBAZNEJAD; ROBINSON, 2015).
Radiação à parte, é inegável a ampliação dos detalhes e dos limites do diagnóstico que a tomografia possibilita.
Na Ortodontia a tomografia vem sendo introduzida desde 2006 (van VLIJMEN et al., 2009) e, segundo Garib et al. (2007), em 2007 ainda não se pensava em novos formatos de análise craniométricas a partir das imagens 3D. O que se buscava era uma adaptação de todo o conhecimento acumulado das análises cefalométricas para que fosse aplicado nas imagens geradas por tomografias computadorizadas (TC).
Os avanços, as possibilidades e o potencial diagnóstico da TCFC aplicada na ortodontia são enormes e estão muito longe de serem esgotados.
Novos protocolos de diagnóstico craniométrico estão surgindo baseando-se no princípio de simetria/assimetria entre estruturas homólogas, o que facilita o entendimento das más oclusões. Criam-se, desta maneira, condições para a realização de um diagnóstico mais assertivo, um plano de tratamento individualizado e eficiente, permitindo atingir resultados de excelência com equilíbrio oclusal, funcional e muscular, saúde das articulações temporomandibulares (ATMs), saúde periodontal, estética dentária, facial e do sorriso.
O objetivo deste trabalho foi confrontar os dados obtidos em uma documentação ortodôntica convencional (telerradiografia, radiografia panorâmica, radiografia periapical, fotografias de face e oclusão, além dos modelos de gesso), com os dados obtidos por meio da tomografia computadorizada e respectiva reconstrução 3D, no que tange ao diagnóstico e planejamento de uma paciente com queixa de sorriso assimétrico.