Resumo
O odontoma é o tipo mais comum de tumor odontogênico. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica os odontomas como tumores odontogênicos benignos, compostos por epitélio odontogênico e ectomesenquima. Sua etiologia é desconhecida, podendo estar relacionada à presença de dentes não irrompidos (BARNES et al., 2005).
São considerados mais uma anomalia de desenvolvimento do que verdadeiras neoplasias. Para Hitchin (1971), o fator hereditário é a principal condição para o desenvolvimento deste tipo de lesão.
Histologicamente, os odontomas podem ser divididos em dois tipos, complexos e compostos. O odontoma complexo caracteriza-se por uma massa amorfa de esmalte e dentina que não tem anatomia semelhante a um dente. Já o tipo composto é constituído de múltiplas estruturas com características muito semelhantes a um dente (NEVILLE et al., 2009).
Ocorrem com uma frequência maior na maxila do que na mandíbula (NEVILLE et al., 2009). O tipo composto é geralmente encontrado na região anterior da maxila; já os odontomas complexos ocorrem mais frequentemente na região de molares, em ambos os maxilares (MEHRA; SINGH, 2007; HIDALGO-SANCHEZ; LECO-BERROCAL; MARTINEZ-GONZALES, 2008). No geral, são tumores pequenos e raramente expandem os maxilares (CAWSON; BINNIE; EVERSON, 1997).
Embora os odontomas possam surgir em qualquer idade, usualmente estão associados à dentição permanente em adolescentes e jovens adultos (CAWSON; BINNIE; EVERSON, 1997). A segunda década de vida é a época em que a maioria destas lesões são diagnosticadas, a maior parte dos casos são assintomáticos, sendo detectados em exames radiográficos de rotina ou quando radiografias são feitas para determinar o motivo da falha na erupção de um dente permanente (NEVILLE et al., 2009; BALDAWA et al., 2011).
Não parece haver predominância significativa por nenhum dos sexos (REGEZI; SCIUBBA; JORDAN, 2008). Os sinais clínicos que traduzem a presença de um odontoma são: um dente decíduo persistente e tumefação alveolar (REGEZI; SCIUBBA; JORDAN, 2008).
A falha no diagnóstico e tratamento, bem como o atraso na remoção do odontoma, poderá causar alterações de ordem estética, fonética e principalmente, alterações oclusais importantes, implicando na associação entre tratamento cirúrgico e ortodôntico (VEIS; TZIAFAS; LAMBRIANIDIS, 2000).
Radiograficamente, o odontoma composto aparece como vários e, ocasionalmente, dezenas de dentes maduros num único aglomerado, entre as raízes ou sobre a coroa de um dente não irrompido, circundado por uma estreita zona radiotransparente. Os odontomas complexos se apresentam como massas radiopacas amorfas, envolvidas também por uma estreita zona radiotransparente (HITCHIN, 1971; NEVILLE et al., 2009; HIDALGO-SANCHEZ; LECO-BERROCAL; MARTINEZ-GONZALES, 2008; REGEZI; SCIUBBA; JORDAN, 2008; FREITAS, 2008).
Os odontomas são tratados por excisão local simples; a enucleação é curativa e o prognóstico excelente. A recorrência dos odontomas é rara (FREITAS, 2008; NEVILLE et al., 2009).