Resumo
Mesmo com os avanços da Odontologia nos últimos anos, principalmente com o surgimento dos implantes dentários, ainda existem pacientes edêntulos que, por algum motivo, seja de ordem financeira, sistêmica ou contraindicação clínica, necessitam de uma reabilitação com próteses totais mucossuportadas.
A reabilitação com próteses totais requer conhecimento e habilidade dos profissionais que a executam desde a anamnese do paciente até a instalação e controle das próteses.
Diversos procedimentos clínicos e laboratoriais são necessários e exige uma série de fatores que devem ser respeitados para que se possa restaurar a mastigação, a fonética, a aparência, a dignidade do paciente e acima de tudo, devolver a autoestima ao paciente (BARBOSA et al., 2006).
A perda dos dentes continua sendo um grave problema de saúde na população brasileira. Segundo estudos epidemiológicos, na faixa etária de 65 a 74 anos, apenas 23,5% não usava algum tipo de prótese dentária superior e 46,1% prótese inferior. A porcentagem de usuários de prótese total superior foi de 63,1% e 37,5% prótese total inferior no Brasil (BRASIL, 2011).
As próteses podem causar traumas não somente porque estão velhas e desadaptadas, mas principalmente porque existem falhas no desenho da prótese total e a utilização de próteses que não têm correta adaptação, além de impedir uma boa mastigação, pode ser um fator negativo na manutenção da prótese (ZARB et al., 2013).
A área onde a prótese se adaptará denomina-se área basal. E essa tem regiões diferentes de suporte ósseo e fibromucoso. Segundo Turano et al. (2014) a área para a base de assentamento protético em regiões que servirão como suporte principal e secundário deve ser aliviada para o esforço mastigatório.
Além disso, os limites anatômicos mandibulares são fundamentais no correto delineamento da construção da prótese total.
Protuberâncias anatômicas, também conhecidas como tórus mandibular, se não forem percebidas no planejamento e removidas irão interferir no assentamento protético, gerando báscula, dificuldade de inserção e falta de vedamento posterior. Os tórus orais são anomalias benignas que não representam nenhum significado patológico e consistem de osso cortical denso com pouca quantidade de medula óssea. A remoção do tórus é indicada quando interferir na dicção, causar dor ao paciente, como área doadora de osso autógeno ou por indicação protética (GARCÍA et al., 2010).
Sendo assim, este capítulo objetiva a descrição de um caso clínico de reabilitação com prótese total superior e inferior e também com a remoção de tórus mandibular realizado na Faculdade São Leopoldo Mandic – Campinas pelos alunos do Mestrado em prótese dentária, turma do Professor Milton Miranda e Luiz Martins Turano.