Resumo
Devido aos padrões estéticos atuais, que visam um sorriso branco e alinhado, e um aumento da valorização e enfoque desses atributos pela mídia e pela sociedade, ocorreu, nos últimos anos, uma rápida evolução no que se diz respeito às próteses livres de metal, confeccionadas em sistemas cerâmicos, que tiveram suas propriedades físicas, estéticas e mecânicas aprimoradas (PIEROTE et al., 2016).
Ao se realizar procedimentos reabilitadores, deve-se considerar a importância de se realizar abordagens minimimamente invasivas aos elementos dentários e manter a saúde dos tecidos periodontais. Por isso, a Odontologia Restauradora tem preconizado a realização de preparos mais conservadores, sendo indicadas para isso, as facetas cerâmicas (MESQUITA et al., 2013).
Devido à popularidade das facetas cerâmicas, a atenção deve ser dada pelos profissionais no sentido de que suas indicações sejam seguidas com rigor (ARAUJO et al., 2016).
Porém, dependendo do remanescente dental, nem sempre se consegue realizar o tratamento com preparos conservadores. Muitas vezes, é necessário aumentar a quantidade de desgaste para que se consiga resultados estéticos. Neste momento, a indicação pode evoluir para coroas totais, livres de metal.
As cerâmicas utilizadas nas coroas totais são materiais friáveis, susceptíveis à formação e propagação de trincas (RAPOSO et al., 2012).
O acréscimo de cristais de dissilicato de lítio à formulação das cerâmicas feldspáticas, dispersos em uma matriz vítrea de forma interlaçada, dificultou a propagação de trincas em seu interior e favoreceu as propriedades mecânicas (AGUIAR et al., 2016).
As cerâmicas reforçadas com dissilicato de lítio possuem bons valores de resistência à fratura (± 350 Mpa), ausência de infraestrutura metálica, estética favorável e a possibilidade de ser fresada por meio da tecnologia CAD/CAM (KASSADJIAN et al., 2016).
Por serem altamente estéticas, as peças constituídas por cerâmicas de base de dissilicato de lítio podem ser utilizadas em inlays, onlays, overlays, facetas laminadas, coroas unitárias anteriores ou posteriores e para próteses parciais fixas de até três elementos na região anterior e de pré-molares (CARVALHO et al., 2012).
Estes motivos tornam os materiais cerâmicos reforçados com dissilicato de lítio, os mais utilizados hoje na odontologia reabilitadora (ZARONE, 2016).
O sistema CAD/CAM permitiu a padronização da qualidade dos trabalhos e a utilização de materiais, que apresentam melhor desempenho e alta qualidade estética (CARVALHO et al., 2012).
Os sistemas CAD/CAM são capazes de produzir restaurações de alta qualidade, tanto em relação à resistência mecânica quanto à adaptação marginal, estética e saúde dos tecidos moles (MOURA et al., 2015).
Com base na relevância dos procedimentos estéticos com cerâmica pura, na rotina odontológica, este trabalho tem o objetivo de apresentar um relato de caso clínico de uma reabilitação com coroas e facetas de cerâmica pura de uma paciente insatisfeita com um tratamento estético anterior, a fim de reproduzir, de forma mais natural possível, os dentes naturais.