Resumo
A displasia ectodérmica representa um grupo de condições hereditárias em que duas ou mais estruturas anatômicas derivadas do ectoderma apresentam falhas no seu desenvolvimento. Dessa maneira, dependendo do tipo de displasia ectodérmica, pode-se observar aplasia ou hipoplasia dos tecidos 1,2,3.
Os diversos tipos dessa desordem podem ser herdados em qualquer um dos vários padrões genéticos, incluindo autossômico dominante, autossômico recessivo e ligado ao cromossomo X 1. A displasia ectodérmica é considerada uma desordem relativamente rara, com frequência estimada de sete casos ocorridos em cada 10.000 nascimentos 1,2,3.
A displasia ectodérmica é de grande importância clínica para a Odontologia, devido as suas manifestações bucais. Mas nem sempre o Cirurgião-Dentista encontra-se preparado para realizar o correto diagnóstico e tampouco para proporcionar ao paciente tratamento adequado. Mesmo assim, muitos casos de displasia do ectoderma acabam sendo identificados primeiro por Cirurgiões-Dentistas, antes mesmo dos próprios médicos. No caso dos odontopediatras, além de identificar; tratar esse paciente contribui para melhora da autoestima e convívio social dessas crianças.
Em relação ao diagnóstico, a doença deve ser suspeitada em crianças com inexplicável febre duradoura e anidrose. Em crianças mais velhas, com características clínicas completas, o diagnóstico não é difícil de ser feito. Biópsia da pele confirma a suspeita. Não há tratamento específico para a doença, além do monitoramento do calor e supervisionamento da dentição. Alguns procedimentos cosméticos podem melhorar a aparência do paciente.
Aplicações de acetilcolina têm demonstrado sucesso em alguns maxilares. O tratamento reabilitador é importante, pois determinam uma mudança no comportamento dos pacientes, que se tornam alegres e extrovertidos 4.
CUNHA et al. (2001) relataram a reabilitação através de próteses totais em um paciente de três anos de idade portador de Displasia Ectodérmica. Os pacientes com essa condição geralmente são tímidos, retraídos e complexados pela aparência anormal e a ausência de dentes. O tratamento dentário pode resgatar a auto-estima, o convívio social e a alegria de viver desses indivíduos. O tratamento instituído nesse paciente possibilitou a sua completa reabilitação estética e funcional – mastigatória e fonética. (CORRÊA., et al 1992) também descreveram casos nos quais pacientes com Displasia Ectodérmica receberam tratamento odontológico, incluindo ortodôntico, com a finalidade de melhorar o posicionamento dentário, para posterior colocação de uma prótese parcial removível. As próteses devem ser controladas periodicamente, sendo substituídas com o desenvolvimento dos maxilares. Tais reabilitações determinaram uma mudança no comportamento dos pacientes, que tornaram-se alegres e extrovertidos