Resumo
Recessão gengival por definição é a migração apical da margem gengival em relação à sua posição fisiológica, 1 a 2 mm coronal a junção cemento-esmalte, com exposição patológica da superfície radicular (ZUCCHELLI, 2012). Diversos fatores podem estar relacionados a essa condição, a maioria dos autores descrevem o traumatismo durante a escovação como um dos principais fatores etiológicos. Além deste, a doença periodontal também é fator causal quando há perda óssea marginal (RAETZKE, 1985; ZUCCHELLI, 2012).
As recessões gengivais foram classificadas de acordo com sua extensão em relação à junção mucogengival e à perda óssea interproximal. Miller em 1985, classificou as recessões gengivais em classe I, classe II, classe III e classe IV, sendo que existe uma previsibilidade variada a depender da extensão e do grau de perda óssea interproximal. De acordo com esta, a classe I e classe II tem uma chance maior de recobrimento total. Diversas técnicas são citadas na literatura para a realização do recobrimento radicular. As técnicas são divididas: uso ou não de retalho; e técnicas com enxerto associado (MILLER, 1985; ZUCCHELLI, 2012).
A depender da extensão das recessões e das perdas interproximais optamos por técnicas com maior ou menor invasividade. Assim, recessões com até 3 mm de extensão é possível intervir realizando-se tunelizações e evitando retalhos (RAETZKE, 1985).
A utilização ou não dos enxertos de tecido conjuntivo é considerada levando-se em consideração o biotipo gengival, quantidade e espessura de tecido queratinizado remanescente. A estabilidade dimensional pós-cirurgia e manutenção da margem gengival também são citadas como benefício da associação do tecido conjuntivo (NICKLES et al., 2010).