Resumo
A doença periodontal é uma doença inflamatória na qual o fator etiológico primário é o biofilme dentário, composto por periopatógenos que invadem o ambiente subgengival e promovem a destruição do tecido periodontal (LÖE, 1965; SOCRANSKY, 1977). A terapia básica com raspagem e alisamento radicular e cirurgias de acesso para raspagem resultam em reparo por cicatrização dos tecidos envolvidos (CARRANZA et al., 2007; LINDHE et al., 1999), reduzindo a quantidade de periodontopatógenos e estabelecendo condições locais compatíveis com a saúde, e consequentemente, aumentando o nível de inserção clínica dos elementos envolvidos. Na área da periodontia, Harrel, Fitzpatric e Whickham desenvolveram uma técnica cirúrgica minimamente invasiva, e Cortellini e Tonetti introduziram técnicas de regeneração periodontal. (LALMI, 2017).
As técnicas regenerativas têm como objetivo a reconstituição das estruturas pela nova formação de cemento, ligamento periodontal e osso alveolar, sobre uma superfície radicular previamente lesada (COHEN, 2009). Vários materiais vêm sendo utilizados e estudados. Dentre os materiais, podemos destacar as proteínas derivadas da matriz do esmalte (EMDOGAIN®). Estudos mostram que, a partir da utilização do Emdogain®, é obtida uma nova camada de cemento acelular sobre a raiz, com nova inserção de fibras colágenas e novo osso alveolar (BHUTDA et al., 2013). Atualmente, sua aplicabilidade clínica se dá em casos de recessão gengival, defeitos ósseos extensos, defeitos infraósseos, defeitos de furca, atrofia do rebordo, entre outros (FREITAS et al., 2001).
Estudos clínicos controlados e algumas documentações de casos clínicos do tratamento de defeitos periodontais infraósseos têm relevado ganhos significativos de nível inserção clínica e neoformação óssea observada radiograficamente (HEIJL et al., 1997; ZETTERSTROM et al., 1997; SCULEAN et al., 2007).