Resumo
A busca dos pacientes por procedimentos estéticos nos consultórios odontológicos para melhorar a aparência de seus sorrisos, vem crescendo bastante nos últimos anos, e inúmeras possibilidades estão disponíveis para satisfação dos mesmos. Esse aperfeiçoamento do sorriso pode ser conseguido por meio de várias modalidades, como um tratamento ortodôntico, um clareamento dental para os que desejam um sorriso mais branco ou até recontornos anatômicos com desgastes dentais, e com isso, a reabilitação de dentes anteriores vem se tornando cada vez mais frequente, uma vez que um sorriso bonito e saudável tem papel fundamental no bem-estar pessoal e influi diretamente no bom convívio social.
A previsibilidade de trabalhos restauradores estéticos, sejam eles diretos ou indiretos, é reconhecidamente um dos maiores desafios do cirurgião-dentista, principalmente em casos de facetas ou coroas unitárias. Esse desafio explica e motiva investigações sobre técnicas e materiais, no sentido de maximizar os procedimentos de obtenção da cor (MORGAN et al., 2008).
Para atender às exigências estéticas e funcionais, os materiais e técnicas estão em constante desenvolvimento. Em grande parte dos casos, é possível solucionar problemas estéticos do paciente com procedimentos restauradores adesivos, que tem a grande vantagem de não necessitarem de desgaste para obtenção de retenção. Todavia desvantagens inerentes ao material, como instabilidade de cor, contração de polimerização, perda de brilho, além da possibilidade de inclusão de bolhas sob a superfície da resina composta, o que impede a sua completa polimerização, devem ser levadas em consideração, no planejamento e na execução do tratamento restaurador. O uso de laminados cerâmicos, vai ao encontro da preservação da estrutura dental, tão almejada pela odontologia contemporânea, aliada à estética e durabilidade (SAPATA et al., 2013).
A partir do desenvolvimento da técnica de condicionamento ácido do esmalte e da introdução das resinas compostas, os procedimentos restauradores adesivos tornaram-se viáveis, abrindo amplo leque de possibilidade de tratamento, nas quais as facetas em porcelana se incluem (SILVA et al., 2006).
As facetas podem ser confeccionadas pela técnica direta ou indireta. Na primeira opção, podem ser utilizadas como material restaurador, resinas compostas fotopolimerizáveis de micropartículas ou resinas compostas híbridas, porém com a desvantagem de que o cirurgião dentista necessita dominá-la, entender forma, cor e proporção, além de questões como estabilidade de cor e brilho, ambos significamente inferiores à cerâmica. Já na segunda opção, o uso de restaurações indiretas metal-free torna o procedimento mais previsível, com perspectiva de longevidade (CLAVIJO; KABBASH, 2013).
As restaurações indiretas metal free podem ser do tipo coroas totais, facetas, laminados cerâmicos e fragmentos. As coroas totais são utilizadas em dentes com grande perda de estrutura dental ou para correção de alterações de cor de médias a severas, que não respondem bem ao tratamento clareador; as facetas, apesar de menor desgaste quando comparadas às coroas totais, necessitam de desgaste dental significativo; os fragmentos cerâmicos são pequenas peças cerâmicas que envolvem parte do dente e tem o inconveniente de deixar a linha de cimentação na face vestibular dele e quanto às possibilidades para restabelecer a harmonia do sorriso, destacam-se os laminados cerâmicos, também conhecidos como “lentes de contato”, que são lâminas com espessura entre 0,3 e 0,7 mm de cerâmica que recobrem a face vestibular e podem ser executadas sem ou com mínimo desgaste do esmalte (CLAVIJO; KABBASH; 2012).
Ainda, tem sido proposta a confecção de preparos para laminados cerâmicos, com o auxílio de guias de silicone individuais obtidas a partir de enceramento diagnóstico, em que se busca uma abordagem mais conservadora durante o preparo dental, de forma a realizar desgastes seletivos apenas onde ainda não há espaço para o material restaurador (CLAVIJO; SOUZA; ANDRADE, 2007).
Os laminados cerâmicos constituem uma excelente alternativa conservadora para reabilitação de dentes anteriores, possibilitando aliar estética de altíssima qualidade e excelente durabilidade. Diante disto, este artigo tem o objetivo de relatar um caso clínico onde foram confeccionadas lâminas de porcelana nos incisivos centrais superiores, remodelando o sorriso e trazendo estética à paciente.