Resumo
Procedimentos reabilitadores estão sendo cada vez mais procurados pelos pacientes odontológicos, em busca de conforto, estética e função. Tratamentos simples como a reposição de um único elemento dentário como também grandes reabilitações protéticas (GUERTIN; PROSTHO, 2003).
Nos casos em que as reabilitações se tornam mais complexas, os aspectos relacionados à oclusão e o posicionamento mandibular necessitam serem observados antes de qualquer procedimento restaurador visando a correta reabilitação e manutenção do trabalho protético (FELTRIN et al. 2008).
A ausência dos dentes posteriores ou dos contatos dentários na região posterior da boca, assim como mudanças no posicionamento dos dentes, por migrações, extrusões ou giroversões, figuram entre as principais causas na redução da dimensão vertical de oclusão (DVO). Essas alterações podem resultar em sobrecarga na região anterior, perda de estrutura dentária por desgastes excessivos e alteração no posicionamento mandibular (COSTA et al., 2002).
Os dentes posteriores têm como principal função suportar os esforços mastigatórios no sentido vertical, e sua perda leva à sobrecarga nos dentes anteriores. A proteção mútua entre os segmentos anterior e posterior da cavidade oral é o elemento de equilíbrio para todo o complexo oclusal (PEGORARO et al., 1998).
O restabelecimento da dimensão vertical de oclusão (DVO), definida como sendo a distância vertical entre dois pontos, sendo um na maxila e um na mandíbula, quando as superfícies oclusais estão em contato, é considerado uma das etapas mais desafiadoras dentro dos procedimentos restauradores, assim como o registro da correta relação maxilo-mandibular no sentido horizontal (TOOLSON; SMITH, 1982).
O restabelecimento incorreto da DVO pode levar ao insucesso do tratamento protético, em vista disso, várias técnicas são discutidas na literatura para o correto relacionamento maxilo-mandibular. Sendo assim, alguns autores empregam mais de um método para avaliar e determinar. Sintomas como dor, tensão da musculatura facial, dificuldade na fonação e comprometimento da ação mastigatória, podem estar presentes quando a DVO é excessivamente aumentada, além de levar a um aspecto de face alongada. Já a presença de quelite angular, excessivo contato labial, perda de tonicidade da musculatura facial e desarmonias faciais podem ser provocadas pela sua diminuição (HUMEL et al., 2012).
Independente da consequência, diante das reduções da DVO em pacientes dentados, há que se restabelecer esta posição durante os procedimentos reabilitadores. Este restabelecimento deve inicialmente ser feito em restaurações provisórias temporárias que permitiram a devolução da função fisiológica do paciente, assim o paciente terá um tempo para adaptação com a nova DVO, permitindo também a confirmação do diagnóstico e orientando a reabilitação definitiva (DANTAS, 2012).
Diversos fatores importantes podem estar relacionados com a DVO, sendo não só a perda de suporte dental posterior e consequente alteração no posicionamento do côndilo, mas também hábitos parafuncionais, o que gera um aumento funcional excessivo aos dentes anteriores e consequente desgaste ou vestibularização destes dentes, podendo resultar em um conjunto de sintomas de Desordem Temporomandibular (DTM), (SCRIVANI; KEITH; KABAN, 2008).
Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo demonstrar por meio de um caso clínico as etapas de uma reabilitação oral com o objetivo de restabelecimento da dimensão vertical perdida.