Resumo
A má oclusão de classe III é um tipo de maloclusão cuja incidência varia entre 3% e 13% da população. Esses números se modificam com base na procedência étnica dos observados. Uma prevalência aproximada de 6% parece ser mais consensual entre clínicos na América do Norte e no Brasil.
Pacientes classe III têm como características principais o retrognatismo maxilar, prognatismo mandibular ou a combinação entre ambas as alterações. Essas alterações tornam o perfil facial reto ou mais raramente côncavo. A protração maxilar, associada ou não à disjunção da sutura palatina mediana é a terapia mais recomendada para o tratamento da classe III em fase de crescimento. Essa protração é realizada com o auxílio da máscara facial, na qual é obtida melhora no padrão esquelético e redução da quantidade de compensações dentárias (SILVA et al., 2017).
Ao se pensar em tratamentos de má oclusão de Classe III, depara-se com pais preocupados com a estética dos filhos, o que geralmente leva a uma procura precoce, e que pode favorecer o êxito do tratamento (RAMADAN; SANTAMARIA JÚNIOR, 2018).
As más oclusões são bastante complexas por serem decorrentes de um grande número de variáveis, por exemplo: idade, raça, tipo facial, perfil, tendência de crescimento, dentre outras, fazendo-se necessária a realização de exames diagnósticos variados, como: análise de modelos dentários, radiografias panorâmica e cefalométrica, fotografias intra e extraorais, exame clínico, dentre outros (BRAGA, 2017).
A abordagem da classe III requer cuidados especiais no diagnóstico e nas decisões quanto à época de tratamento e tipos de intervenção. Não há, no entanto, unanimidade entre os autores quanto a essas questões. Não são poucos os que advogam que a cirurgia pós-crescimento é o procedimento indicado para se tratar esse desvio. Outros propõem que o problema seja tratado durante a fase de crescimento (ARAÚJO; ARAÚJO, 2008).
Atualmente, observa-se que o tratamento da atresia maxilar por meio da expansão rápida deve, como em todo tratamento ortopédico, partir de um diagnóstico minucioso, no qual o gênero, idade, maturação óssea, tipo facial e tipo de aparelho determinam o sucesso ou insucesso do nosso tratamento (MACHADO et al., 2013).