Resumo
O tratamento de lesões endo-perio consitui um desafio para a prática clínica, exigindo terapias endodôntica e periodontal efetivas (RAHEJA; TEWARJ; DUHAN, 2015). A lesão endo-perio verdadeira é uma patologia que abrange a polpa dental e as estruturas de apoio do dente, sendo de pouco predomínio e determinando-se pela presença de bolsa periodontal e alteração pulpar irreversível, conjuntamente (BEZERRA; SANTOS, 2007). O dente com essa lesão apresenta-se da seguinte forma: despolpado ou com alteração irreversível da polpa dental e destruição da estrutura periodontal de inserção. Sendo assim, é necessário o tratamento periodontal e endodôntico combinado para sua solução (CARVALHO et al., 2005).
Para o manejo das lesões de origem pulpar ou periodontal, faz-se necessário um diagnóstico preciso quanto à fonte de infecção, sendo um determinante crítico do resultado do tratamento (JIVOINOVICI et al., 2014).
Na região cervical do dente fica a alça cervical, que é a junção entre o epitélio externo e interno do esmalte. A partir disto, inicia-se a formação da bainha radicular epitelial de Hertwing. Ela se prolifera para a região apical, englobando porções da papila, até ficar apenas uma abertura basal (apical). Essa abertura é chamada de forame apical, principal fonte de entrada e saída para vasos e nervos, que estabelece o suplemento para a polpa, sendo, então, a principal via de comunicação entre polpa e ligamento periodontal (ANELE et al., 2010.). A comunicação direta entre ambos os tecidos também ocorre através de construções anatômicas, tais como: ramificações do canal principal, canal cavo-interradicular, canais laterais, foraminas e túbulos dentinários desprovidos de cemento radicular (CARVALHO et al., 2012a).
O contato entre a polpa e o ligamento periodontal pode acontecer em casos de reabsorções, tratamentos periodontais, fraturas radiculares e perfurações (CARVALHO et al., 2012b). Nas perfurações, o prognóstico dependerá da região. Quando acontece no terço médio ou apical da raiz, fica mais difícil o tratamento; entretanto, tem melhor reparo biológico. Já nas perfurações cervicais e no assoalho da câmara pulpar, o acesso é favorecido. No entanto, as condições são propícias à contaminação, resultando em um obstáculo para a cura da patologia (ZACCARA et al., 2014).
O objetivo do artigo foi demonstrar, por meio de um caso clínico e da literatura consultada, o tratamento adotado para a ocorrência de necrose pulpar com lesão perirradicular com envolvimento periodontal, conforme apontou o diagnóstico realizado.