Resumo
Diversos são os tipos de anomalias dentárias. Elas podem ser definidas como um desvio do padrão de normalidade, podendo resultar na ausência, no excesso ou na alteração de sua forma. Uma dessas anomalias é a agenesia dental. Ela se caracteriza por um número de dentes menor que o normal, sendo diagnosticada após detalhada anamnese e exame clÃnico. Uma dessas agenesias é a do incisivo lateral superior, a qual provoca impacto tanto a nÃvel estético, quanto funcional, constituindo-se em um fator de preocupação não só para os seus portadores, mas também para os profissionais de saúde que vêm no planejamento de seu tratamento um grande desafio (SALGADO et al., 2012). Agenesia dentária em zona estética ocasiona comprometimento no sorriso do paciente afetando até mesmo o seu comportamento social. O tratamento dos quadros clÃnicos de incisivos laterais superiores ausentes é considerado complexo e envolve diversas especialidades. É considerado tratamento ideal aquele que seja mais conservador e que atenda aos anseios e expectativas do paciente (PINI et al., 2014). Devido à natureza destas anomalias, as agenesias são diagnosticadas definitivamente por meio de exames radiográficos (THYS et al., 2006).
Atualmente, os implantes dentários tornaram-se uma importante ferramenta para reabilitação protética em suas diversas formas. Inicialmente utilizados para tratamento de pacientes totalmente edêntulos, com sua evolução, passaram também a serem utilizados para reabilitação de pacientes com ausência de um único ou de vários dentes. Porém, essa situação se torna mais desafiadora quando se está diante de situações clÃnicas de espaço protético com dimensões reduzidas, como o que acontece quando da ausência dos incisivos inferiores e dos incisivos laterais superiores. Na tentativa de superar essa dificuldade, foram desenvolvidos os implantes de diâmetro reduzido (NDI), que são aqueles que possuem diâmetro inferior a 3,75mm (ANDERSEN et al., 2001).
Para Franco et al. (2008) e Saad et al. (2016), os implantes de diâmetro reduzido (NDI) possuem indicações clÃnicas especÃficas: volume ósseo residual limitado; proximidade entre as raÃzes dentárias vizinhas ao espaço protético. Possuem indicação precisa em casos de agenesia de incisivos laterais superiores.
Para Saad et al. (2016) implantes de diâmetro reduzido (NDI) são aqueles que possuem diâmetro inferior a 3,5mm e são também conhecidos como implantes estreitos e implante endósseo com diâmetro reduzido. Sua taxa de sucesso é semelhante aos implantes regulares (STD). Outra opção para uso dos implantes NDI é em situação de atrofia do rebordo alveolar no sentido vestÃbulo-palatino ou vestÃbulo-lingual e como alternativa à s manobras de reconstrução alveolar, tais como a regeneração óssea guiada (ROG) e aos enxertos ósseos autógenos. O seu uso tem, entretanto, sido evitado para região posterior de maxila e mandÃbula devido considerações mecânicas e protéticas.
Dessa forma, nosso objetivo foi demonstrar um caso clÃnico de reabilitação de agenesia bilateral de incisivos laterais superiores recorrendo-se aos implantes de diâmetro reduzido (NDI) por conta da limitação de espaço inter-radicular em paciente em estágio final do tratamento ortodôntico.